Mais uma data que usa a religião como expoente do capitalismo, a “Semana Santa” foge da realidade em afirmar o amor e a confraternização da ressurreição de um homem, que nem se tem a prova de sua existência no passado. Levando-se em consideração que os sociólogos são unânimes em afirmar que a violência tende a crescer elevando também o número de homicídios, talvez o placebo nunca esteve tão popular como se faz agora.
O primeiro contexto analisado é o religioso. Afirma-se que Páscoa, nada mais é do que a representação da ressurreição de Jesus Cristo, após a sua morte na crucificação. Essa é uma das histórias mais sem sentido já inventadas pelo Vaticano. Nunca existiu um registro de ressucitação na história da humanidade. Outra coisa que se insiste em mentir, é que o tal judeu tinha poderes divinos. Jesus, se existiu, foi um ser humano normal que se destacou por ser muito inteligente, culto, sagaz, político, retórico, libertário e fanático. Portanto, não possuía poderes a ponto de ressucitar. Aliando-se a isso, temos a tratante tradição de malhação ao Judas. Este apóstolo foi o único a ser fiel com seu mestre. Na verdade, Judas avisou Cristo do perigo que este corria, aconselhou-o à fuga e se dispôs em ajudá-lo. Todos os demais apóstolos negaram a amizade de Cristo ou delataram-no. Judas ganhou a infâmia porque o imperador era poderoso e usou tudo a seu favor, até mesmo a oposição de Jesus. Claro que difamaria Judas de modo emblemático. Sem levar em conta a violência no simples ato de espancar e queimar, mesmo que um simples boneco. O ovo de Páscoa representa o nascimento. Mais do que um pragmatismo direto do renascimento, um produto alimentício que move toda uma cadeia produtiva para um objeto final a ser consumido. Lógico que o chocolate é um dos alimentos mais cativantes e acessíveis para formar este produto. A imagem do coelho entregando o ovo, também é ímpeto maquiavélico. Um animal silencioso, totalmente sociável, que aceita facilmente o carinho humano, em sua maioria de cor branca e de uma pelugem tão macia que mais parece um bicho de pelúcia vivo. Não poderia ser outro animal. Com esses alicerces vem o afã da sazonalidade. O consumo da carne vermelha é trocado pela carne branca, pois a carne vermelha representaria a carne de Cristo. Porém, essa é a época em que a carne branca tem seu ápice no aumento de preços. O catolicismo aproveita para fomentar seu marketing discursivo, angariar novos devotos e fortalecer o vínculo com os já existentes. Governo e empresariado deitam e rolam. As margens de lucro crescem, mais impostos são pagos, o consumo de futilidades é incentivado e todo mundo posa de irmão.
A teoria é linda, mas exatamente como a Constituição Federal Brasileira, difere em muito da realidade vigente. A criminalidade não diminui em nada, a felicidade transpassada é representativa de uma classe social determinada e a um período de instantes de atuação. Um dos maiores desafios da humanidade nesse nosso novo milênio é criar uma metodologia sistêmica que ofereça uma efetividade na qualidade de vida conferente à auto sustentabilidade sem o vínculo monetário ou relação com valores dogmáticos. Seria uma economia baseada em recurso e não em capital. Isso afetaria não só relacionamento racional com o meio ambiente, mas também extinção da violência e de outras consequências maléficas do capitalismo. Também não se precisa de uma data específica para a prática do amor para com o próximo. Todo dia é dia de compaixão, independentemente de usurpação e demagogia, seja governamental ou religiosa. Enquanto isso ainda soar como quimera, voltamos à falsidade da Páscoa.
O texto é semelhante àquele, a respeito do Natal. Mais uma vez, é desnecessário arrancar os cabelos por causa dessa "festa capitalista". Tem muito dinheiro circulando e muita gente trabalhando. Menos mal assim.
ResponderExcluirCoelho por coelho, prefiro aquele, do Monty Phyton. E ovo, só frito, bem passado. :D