Com um dos melhores roteiros de filmes que já vi até hoje, Fight Club a princípio pode parecer um filme de violência gratuita, mas ao assistir à película com um pouco mais de atenção, pode-se perceber que se trata de uma crítica bem estruturada ao consumismo desenfreado, incentivado pelo american way of life, e de uma história muito inteligente, explicada em seu desfecho.
Dirigido excelentemente por David Fincher, esta produção de 1999 com 139 minutos, é estrelada por Edward Norton e Brad Pitt. O personagem principal (interpretado por Norton) se vê estafado com a rotina de seu trabalho e do stress. Apesar de ser bem sucedido e possuidor de todos os bens de seu agrado, sente-se prisioneiro pressionado por essa repetição diária. Como fuga, começa a frequentar grupos de auto ajuda para doentes terminais, esquizofrênicos, viciados e outros desgraçados em seus devidos grupos. Surge um novo personagem (Tyler Durden interpretado por Pitt) na história que lhe oferece uma oportunidade para quebrar esse irritante paradigma. A idéia dada é que seja montado um clube secreto de luta entre os participantes, onde a violência é descarregada nas brigas internas como método de canalização de toda ira sentida das injustiças sofridas. Apesar de atuar como uma sociedade secreta, o clube se torna um sucesso e começa a ter filiais abertas em vários bairros e até cidades diferentes. Conforme o grupo vai crescendo, os dois personagens principais tornam-se líderes dos envolvidos e usam o contingente para formar grupos de ações subversivas com uma verdadeira equipe paramilitar que tem infiltrados em todas as áreas de trabalho. Não relatarei aqui, o que o principal protagonista descobre a respeito de seu amigo para não estragar a surpresa final do filme, mas garanto revelação impressionante para quem não conhece o filme.
A excelente atuação do elenco dá uma incrível veracidade nos personagens que são ricos em suas essências. Marla Singer (grandemente interpretada por Helena Bonham Carter) é a garota que se envolve com o protagonista principal e tem algumas características simplesmente encantadoras. Ela não teme a morte, sobrevive de uma malandragem latente e inocente que aceita o romance perturbador do parceiro que conheceu num dos grupos de auto ajuda. Robert Paulsen (interpretado pelo lendário Meat Loaf) também é peculiar. Ex-fisiculturista tem seu corpo deformado, a ponto de ter seios, devido ao excesso de anabolizantes para eqüinos ingeridos. Perde a família, o emprego e encontra no Clube Da Luta um escape para seus traumas.
Com psicologia instigante, Fight Club chega a ser inquietante e indigesto, mas a criatividade do roteiro, revelado em seu final, expõe uma obra de arte da indústria hollywoodiana. Simplesmente assista.
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