Lançado no ano de 1985 e gravado em Paris, na França, um ano antes, “Amazônico” é um ótimo de disco que representa a Música Popular manauara, do baixinho Adal. Com uma excelente banda de apoio que enriqueceu as canções gravadas com grandes arranjos, este disco não deve nada a grandes nomes da MPB brasileira. Merecidamente já relançado em CD, este trabalho ganha aqui uma resenha. A capa do LP mostrada aqui está autografada pelo artista.
A bolacha abre com a faixa homônima ao disco que discorre itens em costumes da nossa região. A variedade de nomes amazônicos chama a atenção para a letra. O ritmo é uma espécie de carimbó caboclo. A segunda “Carimbó Pra Francês” faz jus ao título por ter a levada do nome com pitada de samba, e possuir letra cantada em português e francês. “Açaí Do Copeá” vem em seguida mostrando mais influências da música paraense com pitadas de ritmo nordestino. A levada tem um grande astral com um bom jogo de vocais e ótimo trabalho na “cozinha”. “Bandeira Salve A Bahia” é um sambinha que, assim como as demais do álbum, exalta a cultura brasileira, com destaque para a baiana. A quase balada “Meu Sertão” fecha o lado A, com uma letra saudosista nordestina. Abrindo o lado B, “Manual Do Muchileiro” chega até o litoral brasileiro em sua letra e tem um refrão pegajoso difícil de sair da cabeça. A segunda deste lado, “Malandragem” é o destaque do LP. Um samba que pode ser dito como hino da confraternização entre malandros e boêmios. A ótima participação de Márcia Maria nos vocais lembra muito a eterna Elis Regina. A última parte da música é de uma alegria tamanha que convida qualquer ouvinte a cantar. A penúltima “Decisão” também tem um ritmo nordestino e uma cadência que ficou muito bem encaixada nos arranjos. Fechando o disco, “Balacubau” é um samba tipicamente carioca, inclusive em sua letra.
Em suma, apesar de não apresentar nada novo, deve ser considerada a época de gravação e produção deste álbum. O bom gosto se faz presente em todas as faixas, de modo bem notável nos arranjos das canções. Músicos de primeira linha mesmo. Se este disco saísse por algum nome como Fagner ou Alcione, certamente teria destaque nacional. Pra quem gosta de boa música fora do rótulo de rock, “Amazônico” do Adal é uma boa pedida.
Adorei a crônica, só não concordo com a influência paraense, nordestina sim, mas paraense não. Amazônico é na realidade uma mistura de baião com country, como Açaí do Copeá. Quanto ao resto, perfeito. Deus te abençoe e um grande abraço.
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