O selo Vertigo lançou no ano de 2013, pela editora Panini a edição de luxo encadernada ”Dias da Meia Noite” do mestre Neil
Gaiman, no qual a bonita apresentação gráfica de um formato americano com
capa dura e miolo em papel couchê,
chega a ser superada pelo conteúdo de importância histórica, devido se tratar
de, nada mais, nada menos, que as primeiras histórias em quadrinhos deste
grande nome autoral no cenário global.
São exatas seis histórias feitas, cada
uma, em parceria com um artista diferente, que permeiam entre os extremos de
teor gótico profundo ao humor negro inesperado. Cada HQ é antecedida por uma lauda escrita pelo próprio Gaiman, onde este discorre seu parecer
pessoal da obra precedida. Em algumas ele dá seu ponto de vista particular
sobre o tema. As vezes chega a ser detalhista quanto ao processo de criação e
concepção, e mesmo o trabalho com o nome de quem ilustra o texto.
A bela capa da luxuosa edição com raridades de Neil Gaiman |
Abrindo o álbum, já uma clássica
desenterrada de arquivos esquecidos. “Jack
in the Green” havia sido criada 1985 e só foi lançada em 1999, devido ao
fato dele (Neil Gaiman) ter se envolvido com vários outros projetos. A
obra em si, conta uma experiência do Monstro
do Pântano vivida no século XVI. É desenhada por Stephen Bissette e John
Totleben. Em seguida vem uma extensa, com mais de 40 páginas, que foi
lançada na revista Monstro do Pântano
Anual. “Irmão” traz uma entidade
fantasmagórica, inócua e circense com desenhos de Richard Piers Rayner, Mike
Hoffman e Kim DeMulder. Detalhe
que esta história tem uma rápida aparição de Batman e outra do personagem que nomeia a revista. A terceira
posição fica por conta de uma curtinha, também do querido monstro pantanoso. “Contos de Deuses Peludos” é o único
feito de Gaiman em parceria com Mike Mignola (mesmo ilustrador de Hellboy)
e traz Alec Holland como um
conselheiro supremo de outro imaturo ser vegetal. Na sequência está “Hold Me”, que em sua tradução ficou nomeada
apenas como “Abraço”. A história tem
a beleza inconfundível da arte de Dave McKean,
que também ilustra a capa do álbum, como já é costume em muito feito por Gaiman. O enredo é com John Constantine empenhado em desvendar
o caso de estranhos assassinatos. A penúltima é uma ótima surpresa. “O Teatro da Meia Noite de Sandman” é um
crossover com os personagens Sandman (Morpheus, o Senhor dos Sonhos) e Sandman (justiceiro de máscara de oxigênio que coloca seus oponentes pra
dormirem, usando uma pistola de gás). Os desenhos são de Teddy Kristiansen e o texto foi escrito
em parceria com Matt Wagner. Fechando
com chave de ouro, vem mais uma excelente surpresa. “Bem Vindo de Volta à Casa dos Mistérios” também é curtinha e expõe
um lado obscuro de Gaiman, por ser no
estilo de humor. A parceira nesta feita é com, ninguém menos que, Sergio Aragonés (mesmo ilustrador do errante Groo).
As páginas foram pensadas como abertura e fechamento de uma edição especial da
revista “House of Mystery”, a qual
influenciou bastante o estilo único de Gaiman.
Além de um texto de apresentação do
álbum, logicamente escrito pelo autor mor, o comic book encerra com resenhas curtas de cada artista envolvido no
livro, inclusive os coloristas, poupados nesta modesta resenha.
Não apenas um belo exemplar pra compor
estantes, por sua beleza gráfica, “Dias
da Meia Noite” é indiscutivelmente um álbum de luxo que coleta trabalhos
históricos do premiado legado de Neil
Gaiman, e pode ser usado como bom modelo exemplar deste grande mestre da
literatura dos quadrinhos.
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