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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Música Mortal



Nos longínquos anos cinquenta
Uma paixão se apoquenta
Entre filha do Ministro regente
E um boêmio jazzista decadente
O Ministro indignado
Castra o músico coitado
Num ato de dissídio
A filha comete suicídio
Desgostoso, o artista promete
Escrever uma canção peste
Uma vez partitura escrita
Iniciou-se praga maldita
Com tampões no ouvido
O jazzista tocou arrefecido
Já sabia que o som matava
Qualquer um que o escutava
Seguiu-se fúnebre turnê
De concertos sempre prive
Onde o único que sobrevivia
Era o músico anuvia
Os anos se passaram
E as mortes intrigaram
Quando alguém investigava
A trágica canção escutava
Logo, ninguém descobria
O que o homem fazia
Após a morte do músico
Sobrou legado físico
Nenhuma apresentação gravada
Mas a partitura foi encontrada
Assim que começaram a tocar
A canção voltou a matar
Conta esta antiga lenda
Que ainda toca a música horrenda
Em concertos isolados
Só sobram os finados.

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