Nos longínquos anos
cinquenta
Uma paixão se
apoquenta
Entre filha do
Ministro regente
E um boêmio jazzista
decadente
O Ministro indignado
Castra o músico
coitado
Num ato de dissídio
A filha comete
suicídio
Desgostoso, o artista
promete
Escrever uma canção
peste
Uma vez partitura
escrita
Iniciou-se praga
maldita
Com tampões no ouvido
O jazzista tocou
arrefecido
Já sabia que o som
matava
Qualquer um que o
escutava
Seguiu-se fúnebre
turnê
De concertos sempre
prive
Onde o único que
sobrevivia
Era o músico anuvia
Os anos se passaram
E as mortes
intrigaram
Quando alguém
investigava
A trágica canção
escutava
Logo, ninguém
descobria
O que o homem fazia
Após a morte do
músico
Sobrou legado físico
Nenhuma apresentação
gravada
Mas a partitura foi
encontrada
Assim que começaram a
tocar
A canção voltou a
matar
Conta esta antiga
lenda
Que ainda toca a
música horrenda
Em concertos isolados
Só sobram os finados.
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