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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Orestes Entrevista a Banda Chá de Flores

Com sua formação datada na segunda metade dos anos 90, a banda Chá de Flores conseguiu permanecer em atividade, mesmo tendo constantes mudanças em sua formação e sofrendo todos os tipos de dificuldades que um grupo de rockeiros manauaras enfrenta.  Mantendo suas letras na língua portuguesa e com claras influências do rock nacional da década de 80 e do grunge americano, a Chá de Flores vem firmando seu legado na história do rock local.  Abaixo segue uma entrevista exclusiva com o vocalista Bosco Leão, cedida gentilmente para o blog Orestes.

Orestes: A Chá de Flores já teve várias formações.  Até que ponto isso influenciou na identidade musical do grupo?
Bosco Leão: Bem pouco, porque eu sempre fui o principal compositor, mas eu nunca impus regras, muito pelo contrário, absorvi as qualidades de quem estava no momento de fazer um trabalho novo. Quem tem pelo menos nossos últimos CDs percebe isso.
O.: A banda já tem dois CDs oficiais lançados, já participou de coletâneas, já teve músicas executadas em rádio e já tocou fora do Estado do Amazonas.  Como anda a popularidade das músicas atualmente?  Ainda há um retorno do público?
B.L.: Como a gente teve uma parada de dois anos, algumas pessoas não sabem que voltamos, mesmo porque nós não divulgamos mais como antes e fazemos poucos shows. Mas agora depois desses últimos 2 anos, tem gente que ainda me liga, inclusive fora de Manaus, pra saber do próximo CD que vamos lançar. É gratificante.
O.: Manaus tem bandas com qualidade internacional que não deixam muito a desejar a grandes nomes do rock.  Na sua opinião, o que falta pro rock local alcançar o sucesso merecido?
Chá de Flores com Bosco Leão (segundo da direita pra esquerda)
B.L.: Pois é. O mercado fonográfico mudou muito pela inevitável velocidade da internet, por exemplo. Embora Manaus ainda não tenha uma cultura de mercado fonográfico, porque querendo ou não, tudo é "dinheiro". É a vida. Falta alguém de coragem daqui, para investir nessas bandas, o que é muito difícil, porque condições tecnológicas e dinheiro tem. Mas a cultura da cidade ainda é verde.
O.: Existe um projeto “autovideográfico” da Chá de Flores.  Como anda esse projeto?
B.L.: Existe. Estou montando um documentário pra contar esses 15 anos de banda.
O.: Um dia você falou que a Chá de Flores ainda lançaria um disco em vinil.  Isso ainda acontecerá mesmo?  Quando e como será?
B.L.: Esse é um projeto que vai acontecer. Não sei quando. Depois que fiz o filme "O Rock que o Brasil Não Viu...", aprendi a saber esperar e acreditar mais nos meus projetos. Então, isso vai acontecer.  Pode esperar.
O.: O rock manauara teve um certo auge nos anos 2000.  Na sua opinião, porque nesta nova década houve uma decaída no quantitativo de produções em festivais, discos e shows?
B.L.: Olha, em termos de Festivais tem melhorado muito. Eu tenho visto de perto. Mas, cada década tem sua história e vejo algumas bandas novas mandando ver. Aquele auge de 2000 era uma época que ainda tinha um mercado forte, mas próximo do fim, se o mercado muda, acaba indiretamente influenciando um novo comportamento. Entendo então como esta, toda banda tem seus compromissos e  agem conforme a musica.
O.: Você tem uma grande proximidade com outras bandas como Espantalho, Zona Tribal, Olhos Imaculados, Underflow etc.  No que isso fluiu mutuamente e no que mais fluirá?
B.L.: Pra mim sempre. Vi que cada banda tem suas particularidades e agem conforme seu ego. Nunca vi ninguém copiando ninguém, o que vi é que cada um faz questão de deixar sua marca, o que é bom, porque cada banda, "egoisticamente" ou não isso fez a coisa crescer e mostrar a personalidade. A música sai ganhando.
O.: O que você destacaria do atual cenário musical local?
B.L.: Voltou com mais garra. Talvez seja meio perigoso eu falar isso, mas senti que devido o grande sucesso que  "O Rock que o Brasil Não Viu..." fez, deu uma certa energia pras bandas antigas que ainda estão tocando e pras bandas novas que reconhecem nossa garra. Eu destacaria esses Festivais de bandas novas com musicas próprias.
O.: Quais as próximas metas da Chá de Flores?
B.L.: Por enquanto, ganhar o "Breackout" da Sony (Eh! Eh! Eh!) e lançar o novo CD que estamos fazendo.
O.: Deixe os contatos da banda e um recado para os leitores deste blog.
B.L.: chadeflores@hotmail.com, 9125-5273, Sucessos a todos que fazem seus trabalhos com dedicação, não só musical, mas qualquer trabalho honesto. Thanks for all!

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