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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Extremo Norte

Segundo CD da banda manauara Zona Tribal, “Extremo Norte” foi lançado no ano de 2007.  Não tem a quantidade de hits do primeiro disco, homônimo à banda lançado quatro anos antes, mas em contra partida, mostra maturidade na estrutura das composições apresentadas nesta feita e profissionalismo dos músicos em questão.
Capa do segundo CD da Zona Tribal
com arte regional misturada à mangá
Uma curta vinheta abre o trabalho com uma pequena canção, homônima ao álbum, executada pelo grupo Raízes Caboclas e com um soneto recitado em uma língua indígena.  A segunda faixa “Guerrilha” apresenta o que todos querem escutar.  Um rockão com influências punk, com ótima letra e refrão pegajoso.  A terceira “Agora É Tarde” é um pouco mais harmoniosa, até por conta de um violoncelo, mas mantêm a qualidade de uma boa composição.  O jogo de guitarras de Jean Carlos é excelente e pode ser dito como um dos destaques do grupo.  A quarta “Não É Bem Assim” remete ao primeiro disco por ter um refrão digno de hit.  Também tem um trompete que marca um diferencial.  Na quinta “Crônicas do Dia a Dia” há uma caída.  Uma balada um tanto forçada, do tipo “mamãe, eu quero ser famoso”.  A guitarra acústica recebe acompanhamento do violoncelo, mas no meio da música entra a distorção dando um novo pique à balada e o bonito solo salva a canção que volta a ficar acústica em sua segunda metade.  A próxima “A Rua da Frente” já abre reafirmando as qualidades de Jean como guitarrista.  A melodia do refrão desta música, também enaltece a superioridade vocal de Mencius Melo, em comparação ao primeiro CD.  Em seguida vem “O Espetáculo dos Garotos de Plástico”.  Um excelente nome, uma grande melodia, uma letra reflexiva e um bom riff.  Talvez a melhor do disco.  Na sequência está “Entre Meninos e Moedas” que também leva ao primeiro disco e tem uma harmonia grudenta.  Incrível como esses garotos teem uma facilidade de criar músicas memoráveis.  A nona “Eu!” tem um refrão quase raivoso e uma letra com referências literárias, musicais e até políticas.  Mencius se expõe poeta nela.  Depois emenda “Novela das Oito” que não apresenta nada de muito diferencial e tem aquela ingenuidade carregada nos anos 80, apesar do pique punk rock.  Não é de todo mal.  A Sociedade da Faixa de Pedestres” é outra com boa letra e guitarrinha marcante.  Dá aquela sensação de que já escutamos isso antes.  A penúltima “Disparo!”, dita como “bônus trash” quebra o ritmo.  Feita pra ser tocada em volta de uma fogueira num acampamento.  Totalmente acústica e com pandeiro batido como percussão.  Pra fechar algo totalmente dispensável.  Uma edição da balada “Crônicas do Dia a Dia (versão rádio)”, mais curta evidentemente pra honrar os parênteses.  Melhor fosse se deixassem esta versão no lugar da primeira.
Pontos baixos à parte, neste disco a banda, que mantêm a mesma formação, está indiscutivelmente mais afinada e mais preparada para encarar um mercado de gigantes com décadas de experiência.  A produção do disco como um todo também é superior ao primeiro registro e a arte gráfica da capa tem uma ilustração que mistura regionalismo com mangá.  Extremo Norte” é um golpe certeiro da Zona Tribal que tem um futuro promissor pela frente.

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