Com conteúdo impressionante de abordagem adulta, “Lobo Solitário” foi uma das melhores coisas, em termos de quadrinhos, já importadas direto do Japão e lançada com muito sucesso não só no Brasil, mas em muitos países do ocidente, com todo merecimento e até aval de Frank Miller, que chegou a fazer introdução de vários exemplares.
Os desenhos de Goseki Kojima são todos em preto e branco e exploram uma fotografia cinematográfica com ótimas panorâmicas e ângulos típicos da sétima arte. Os roteiros de Kazuo Koike (também autor de Crying Freeman), certamente fundamentaram o peculiar para o sucesso da série. A criatividade se faz imperar e cada história tem um grande diferencial uma da outra, sendo todas muito bem elaboradas e com excelentes tramas e desfechos. Apenas dois personagens guiam o mangá. Itto Ogami era uma samurai que trabalhava para o Shogun (o universo é o Japão medieval) e acusado de crimes que não cometeu, foi condenado a morte e extermínio de sua linhagem. Isto é, execução de seus herdeiros. Indignado, Ogami rebela-se e foge com seu filho, um bebê que é levado sempre num carrinho, chamado Daigoro. Foragido, torna-se um Ronin nômade que passa a sobreviver como assassino de aluguel.
Ação e violência também estão presentes nas páginas que não poupam traços de velocidade e sangue espirrado. Contudo, o melhor está mesmo na criatividade. Percebe-se claramente a influência que Sun Tzu e Maquiavel exerceram em Koike para que todas as histórias tivessem essa tão marcante composição calculista. A saga teve uma versão para seriado de TV preto e branco, sem muito sucesso, mas totalmente fiel aos quadrinhos.
Com um pouco de sorte se encontra alguns exemplares de “Lobo Solitário” em sebos e a venda na Internet. Não deixe de procurar.
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