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Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

sábado, 2 de abril de 2011

O Castelo Tétrico

No abismo vazio
Dentre outros vivia
Letárgico sombrio
Solitário tinia.

Neste desespero
Algo faria
Nervoso tempero
Meu ódio paria.

Forças reuni
Um plano tracei
Almas colhi
Corpos roubei.

Todo ato planejado
Meu medo extingui
Com sangue no cajado
Um castelo ergui.

Virei soberano
Comandava e crescia
Especialista em dano
A cada pranto sorria.

O domínio era forte
Toda mente roubava
Destruição e morte
A fronteira buscava.

Na cegueira do poder
Desleixei para o amor
Que se fez nascer
De semente a flor.

Quando dei por mim
Não pude mais calar
Tal sublime motim
Vi meu império parar.

Proliferação vivificante
Do rebento imberbe surtir
Contrário o domínio errante
Fez meu castelo cair.

Busquei no exílio
Abrigo tosco pra mim
Hoje vivo vestígio
De solitário e triste fim.

Um comentário:

  1. Um belo poema, uma bela crueldade. O poeta jorra sangue e sentimentos...eis a argamassa de sua verve, Orestes é da estirpe dos poetas viscerais, e eu aprecio a grandiosidade de sua poesia, pois toca em nervos expostos de meu sentimento, onde meu coração bate com o compasso de minhas paixões efêmeras. Obrigado poeta e artista Mário Orestes.

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