Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.

Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pústula Cerebral

No final da década de 1980, mais precisamente no ano de 1987, eu estava totalmente fascinado pelo punk rock.  Em pleno vigor de 16 anos de idade, ficava eufórico com o ímpeto de rebeldia sincera que caracterizava aquele estilo urgente e identificável com todo adolescente questionador.  Eu era uma espécie de “mascote” da banda Anestesia (lendária banda de thrash metal manauara que fez muito sucesso na cena local naqueles anos, ainda atuante hoje, mas sem o mesmo glamour de outrora) por conhecer os membros, frequentar os ensaios e compartilhar as “diversões”.  Com o ambiente propício, não demorei pra conversar com vários e montar minha primeira banda.  Para representar o grupo tinha de ser um nome repugnante, punk.  Depois de alguma especulação chegamos em “Pústula Cerebral”.
A formação constava com Augusto (vulgo Pacú) na bateira, Clinton no contrabaixo, Klinger Magalhães (contrabaixista do Anestesia) na guitarra e eu (Mário Orestes) como vocalista.  O primeiro ensaio se deu na aparelhagem e local de ensaio do Anestesia.  Eles concordaram em ceder esse espaço e não pude perder a oportunidade.  Ensaiamos apenas um hard core autoral de 7 segundos de duração chamado “Muda Brasil” e tinha a seguinte letra: “Porra, caralho, muda essa merda.  Vocês prometeram, mas mudaram pra pior”.  Só isso mesmo.  O ensaio durou apenas 10 minutos e surpreendeu o pessoal do Anestesia por ser rápido demais.  Não precisávamos de mais tempo pra fazer aquilo.  Posteriormente mudamos nossos ensaios para a casa de Lincon onde já ensaiava a banda Anezy e passamos a contar com Sérgio na guitarra, substituindo Klinger.  Fizemos alguns shows pela cidade, mas a banda sobreviveu somente de setembro de 1989 a março de 1990.  Éramos todos muito jovens, não nos levávamos a sério.  Só tocávamos alucinados e nossos ensaios eram porres certos.
Antes de nós existiram duas bandas punks na cidade.  A “Prisão Perpétua” e a “Vômito”, mas nenhuma das duas chegariam a se apresentar ao vivo, de forma que nós acabamos por levar o título de primeiros de Manaus no estilo.  Nossos únicos registros se resumem ao mitológico (porém existente) vídeo “Rock In Acapulco” (registro, sem nenhuma qualidade, em VHS de um Festival com várias bandas locais nas ruínas de uma casa noturna) e as fotos da apresentação no “Crossover Festival” (outro Festival com várias bandas locais numa quadra esportiva do bairro Japiim em dezembro de 1989).  Destas fotos, Clinton até hoje as mantêm a sete chaves e eu divulgo abaixo a única que ficou em meu poder.


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