Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.

Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Protótipo Do Artista Manauara

Eis o motivo de eu negar o título de artista.  Evidente que não coloquei todas as modalidades para não me estender num texto cansativo.
 Nada pessoal, mas alguns eu me inspirei em pessoas conhecidas.


O ESCRITOR (UNDERGROUND)
Egocêntrico por natureza.  Bêbado, junkie e homossexual enrustido divulga seu trabalho através de fanzines ou livros editados e impressos em editoras de fundo de quintal.  Diz não precisar de revisão com o argumento esfarrapado de que seus erros ortográficos e gramaticais são propositais.  Geralmente lunático.  Posa de intelectual, mas nunca leu Carl Seagan e Fritjof Capra.  Critica a Academia Amazonense de Letras com a desculpa de ser independente, mas no fundo tem o sonho secreto de ser chamado pra ocupar uma das cadeiras.  Se diz amante da democracia, as vezes socialista, mas quando necessário é comunista.  Faz qualquer coisa por uma boa cerveja gelada.  Eterno estudante da UFAM, participa de movimentações estudantis, mas em vez de se preocupar com melhorias estruturais e salariais, na verdade, está ali pra se infiltrar na próxima balada.
O ESCRITOR (TOPGROUND)
Egocêntrico por natureza.  Pensa ser um homem especial superior aos demais.  Usa de artifícios para engrossar seus livros como aumentar o espaçamento entre as frases, aumentar a fonte usada ou colocar dezenas de fotos e ilustrações, bem como páginas introdutórias para os capítulos.  Se taxa de intelectual.  Seus textos são medíocres e plagiados de algum outro escrito esquecido de algum lugar do mundo e poderia muito bem ser roteiro de programas como o Malhação da Rede Globo.  Exalta cegamente, frente às câmeras, a cultura ribeirinha e indígena, mas não dormiria uma noite sequer num tapiri longe do aparelho de ar condicionado.  Adora whisky 12 anos.  Se fizer parte da Academia Amazonense de Letras, se gaba como um ser histórico humilhando quem se atrever a lhe desconhecer.  Os mais embusteiros só saem de casa vestidos todos de branco com alguma retórica positivista, mas em sua particularidade é gajo e desprezível.
O ATOR (UNDERGROUND)
Egocêntrico por natureza, homossexual enrustido, as vezes junkie enrustido.  Faz parte de alguma companhia teatral mesquinha que se resume a encenar peças porcamente adaptadas e comédias infantis.  Infantis estas pelo fato da companhia, em sua dramaticidade, ser capaz de fazer somente crianças rirem.  Naturalmente lunático.  Pensa ser intelectual.  Adora whisky.  Envolvido com ONGs, cooperativas de cunho social ou qualquer grupo filantrópico para estar sempre passando a imagem de bom cidadão de caráter idôneo e útil para a sociedade.
O ATOR (TOPGROUND)
Egocêntrico por natureza e homossexual enrustido.  Faz parte de alguma companhia teatral mesquinha que, pelo fato de estar muitos anos em atividade, é dita como referência no ramo, mas se resume a encenar peças porcamente adaptadas, comédias infantis ou peças escritas de mau gosto por algum escritor da Academia Amazonense de Letras.  Realiza viagens esporádicas para fora do Estado para capacitações, mas prega seu comercial como convidado de honra no realizado.  Em eventos públicos só anda com um copo de whisky na mão.  Nuca trabalhou na vida, mas reclama avidamente se ficar sem o subsídio da Lei de Incentivo à Cultura.  Faz doações para ONGs, cooperativas de cunho social ou qualquer grupo filantrópico para estar sempre passando a imagem de bom cidadão de caráter idôneo e útil para a sociedade, ainda mais se houver paparazzos de plantão.
O DESENHISTA (UNDERGROUND)
Egocêntrico por natureza, junkie, bêbado e bi sexual enrustido.  Exibicionista oportunista se gaba com o título de artista e intelectual.  Abusa da propaganda da democrata, mas suas decisões são autoritárias e individualistas.  Lunático quase doente mental pode ter surtos psicóticos.  Com produção de qualidade questionável, não obedece normas técnicas por desleixo e argumenta ser vanguardista.  Geralmente sociopata sem estabilidade profissional.  Faz qualquer coisa por qualquer tipo de bebida fermentada ou destilada.  Pode se envolver com ONGs, cooperativas de cunho social ou qualquer grupo filantrópico para enganar-se como bom cidadão e pessoa de caráter formado, mas nunca terá um desses trabalhos levados a diante.  Eterno estudante da UFAM que nunca se formará pra não perder o devasso ponto de encontro.
O DESENHISTA (TOPGROUND)
Egocêntrico por natureza, bêbado, junkie enrustido e bi sexual enrustido.  Não sobrevive de seu talento, mas coloca-o como profissão em tudo que é formulário.  Geralmente funcionário público.  Não credita nenhum valor para o artista independente e faz “cultura” por considerar a “contra cultura” subversiva demais.  Formado em universidade particular por detestar a precariedade das públicas.  Metódico a ponto de ser o chato de plantão que reclama de uma partícula de areia na entrada do salão de exposição.  Partidário de direita.  Considera Maurício de Souza o maior nome dos quadrinhos nacionais.  Não tem envolvimento filantrópico nenhum, mas se a Coca-Cola ou o Banco do Brasil lhe solicitar um serviço, presta-o imediatamente como um serviçal cego.  Adora sair nas colunas sociais.  Só usa Corel Draw e Photoshop originais e com isso, se nega a fazer algo em materiais obsoletos como nankin e lápis.
O ARTISTA PLÁSTICO (UNDERGROUND)
Egocêntrico por natureza, bêbado, junkie e bi sexual enrustido.  Transa em troca de drogas e faz qualquer coisa por álcool.  Formado pela UFAM, mas não deixa de frequentar o lugar com pós-graduações intermináveis para não perder a balada da semana.  Está sempre mudando seu cabelo e sua roupa alegando ser a “metamorfose ambulante”, mas é modista e não tem personalidade formada.  Eternamente na oposição, tem decorado algumas frases de Karl Marx pra dizer que leu O Capital.  Afirma que seus quadros valem centenas de dólares, mas vende-os por migalhas, na surdina, com a promessa de não ter os valores revelados.  Chama o lugar onde mora de atelier.  Geralmente espírita ou do Santo Daime.  Sempre metido com alguma ONG ou com projetos de cunho indígena e sonha em viver da Lei de Incentivo à Cultura.
O ARTISTA PLÁSTICO (TOPGROUND)
Egocêntrico por natureza, bêbado, junkie, bi sexual enrustido, as vezes pan-sexual.  Movido à whisky 12 anos com gelo de água de coco.  Formado no exterior e apesar de ter sido o pior aluno dentre os demais, jamais deixa isso vir à tona.  Adora as colunas sociais e só frequenta baladas elitizadas.  Só vende quadros pra serem expostos em salões de prédios públicos ou recepções de hotéis de luxo.  Detesta o artista independente, mas jura para os repórteres que lhes é servil e prestativo.  Puxa saco do governo para manter os subsídios da Lei de Incentivo à Cultura e a indicação para algum trabalho de destaque encomendado.  Mente dizendo não ter tempo pra serviços filantrópicos, mas acordas as dez da manhã pra curtir um pouco da piscina.
O MÚSICO (UNDERGROUND)
Egocêntrico por natureza, bêbado, junkie, bi sexual enrustido, as vezes metro sexual ou pan-sexual.  Bebe qualquer coisa que dê algum tipo de “barato” e de preferência em excesso.  Eterno estudante da UFAM e é a favor de que as sextas-feiras não tenham aulas para a produção exclusiva das Sextas Culturais.  Trabalha em sub empregos e apesar de sonhar viver de música, toca por qualquer latinha de cerveja em qualquer aparelhagem tosca.  Considera o álbum preto do Metallica o melhor disco da banda e Fear Of The Dark o melhor do Iron Maiden.  Não consegue ler mais de um livro por ano.  Não tem posição política, mas critica categoricamente qualquer tipo de governo mesmo que pra isso tenha de empunhar a bandeira do partido de oposição.  Não tem tempo pra trabalhos filantrópicos por só acordar ao meio dia.
O MÚSICO (TOPGROUND)
Egocêntrico por natureza, bêbado, junkie, homossexual enrustido, sempre metro sexual e as vezes pan-sexual.  Whisky 12 anos é seu café da manhã.  Se diz intelectual por ter lido todos os livros de Paulo Coelho e sempre ter um de auto ajuda na cabeceira da cama.  Tem o Guns ‘N’ Roses como a melhor banda de rock.  Formado pela UFAM, só pisa novamente lá como convidado para cerimônias.  Despreza músicos que tocam sem partituras.  Odeia o meio independente, mas jura que é alternativo.  Se oferece para participar gratuitamente de gravações de discos do Raízes Caboclas ou da Eliana Printes.  Jura que é esquerdista, mas só vota na direita conservadora.  Diz ser doador pra instituições de caridade que não revela seus nomes por motivos éticos, contudo, o verdadeiro motivo é o de não realizar nenhuma doação.  É fiel à Ordem Dos Músicos e à ECAD.  Sonha em participar do programa Domingão do Faustão.

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