Formada bem no início dos emblemáticos anos 80, mais precisamente em 1981, o Azul Limão é oriundo do Rio de Janeiro. Nasceu e cresceu no cenário metálico nacional ao lado de outros grandes nomes como Dorsal Atlântica, Vulcano e Taurus. As letras das músicas próprias cantadas em português, em momentos mostravam-se ingênuas e noutros mostravam-se poéticas. Contudo, o bom desempenho do vocalista Rodrigo Esteves em harmonia perfeita com o ótimo instrumental, sobrepunha acima de tudo profissionalismo e dignidade para o estilo. Nos solos da maioria das músicas, é evidente a influência erudita dos músicos, que fica mais explícita ainda com a abertura do segundo disco da banda (“Ordem e Progresso” lançado em 1987) que abre com uma introdução rocker da Estação Primavera de Antoni Vivaldi, mas esse ficará para uma outra resenha.
O disco de estréia chamado “Vingança”, lançado em 1986, é uma pérola perdida na memória do rock nacional por não estar em catálogos. Seu set list abre com uma pequena introdução instrumental de 18 segundos que é seguida da ótima “Portas Da Imaginação”, onde de cara, percebe-se o potencial instrumental e vocal dos músicos. “Satã Clama Metal” tornou-se um hino do metal brazuca e até hoje é indispensável no repertório de qualquer show feito por eles. “Sangue Frio” vem em sequência com uma das letras mais poéticas que já escreveram no rock nacional. A música fica na cabeça do ouvinte. “Fora Da Lei” é uma das mais rápidas do disco e transparece a excelente dicção vocal expressa. “Não Vou Mais Falar” tem uma letra quase romântica, mas é salva pela tragédia recitada. “O Grito” tem um riff lento, mas incrivelmente cativante e também gruda na memória do ouvinte. Letra também poética beirando o lirismo. “Você Não Faz Nada” é outra rápida, quase punk, com o inconformismo para aqueles que só reclamam e não apresentam nenhum tipo de reação para um mundo melhor. A música título do disco fecha o álbum com outra cacetada bem heavy metal.
A banda lançou seus dois primeiros discos e depois disso se desfez. Alguns de seus componentes chegaram a montar posteriormente uma outra banda de hard rock cantado em inglês chamada “X-Rated” e até alcançaram um certo destaque, mas não chegou a vingar por muito tempo. Na virada do século voltaram a se reunir como Azul Limão, lançaram mais dois discos (“Pegasus, The Tapes I” e “Amazona, The Tapes II”, ambos do ano de 2001) e estão reunidos até hoje somente para alguns raros shows revivals dos anos 80 que garantem casa cheia com público animado.
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