Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.

Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Eu Sou Ozzy

Que Ozzy Osbourne é uma figura lendária, indispensável na história do rock mundial e um tanto carismática, ninguém deve discordar. Contudo, o que poucos sabem é que o ícone, que se popularizou como o vocalista mais simbólico da banda Black Sabbath, é que este disfuncional assumido tinha tudo pra levar uma vida errante no mundo do crime e que, por um descuido do destino, acabou se adentrando no universo da música e se tornou a pessoa que todos conhecem hoje. Nesta sua auto biografia intitulada como “Eu Sou Ozzy”, escrita com ajuda do ghost writter Chris Ayres, o mad man dá detalhes dessa sua trajetória regada a muito álcool, drogas e excessivamente encharcada de bom humor.
Capa da divertida auto biografia de Ozzy Osbourne
As primeiras páginas já explicitam este humor com poucas frases entre elas que falam “Diziam que eu nunca escreveria este livro. Bom, que se fodam – porque aqui está ele. Tudo que preciso fazer é me lembrar de algo... Droga, não consigo me lembrar de nada. Oh, só dessas coisas...” e começam de fato as narrativas. Um dos narrados mais hilários, está no episódio onde um de seus cães de estimação inala uma grande quantidade de cocaína, despejada no jardim por Sharon, que ficou irada ao encontrar a droga escondida na biblioteca. Claro que a maioria dos fãs desejam o reconhecimento de Ozzy, não por este lado patético, mas sim de suas músicas e sua obra como um todo. Porém, Osbourne sabe explorar e tirar proveito dessa sua habilidade caricata e humorística nata. A infância e adolescência dura mostram que realmente John Michael Osbourne não tinha nenhum tipo de talento ou tendência a algo. O próprio assume que se sentia como um Mr. Magoo drogado que não sabia o que faria da vida e chegou a cometer alguns delitos e contravenções em sua juventude, por pura falta de senso e direcionamento. Até mesmo Tony Iommi quando estava recrutando músicos para formar uma banda e chegou até Ozzy, por alguma indicação, duvidou da capacidade de John Michael em assumir as responsabilidades como vocalista principal do grupo. Por muito pouco Tony não desistiu de contratá-lo e, sem dúvidas que a história seria outra, caso o guitarrista tivesse seguido seus instintos. As já esperadas dificuldades, que toda banda enfrenta (imagine nos anos 60), as fotos raras e memoráveis, o relacionamento com o saudoso Randy Rhoads, encontro com celebridades diversas e esclarecimentos de fatos que até agora ainda são motivos de especulações, como por exemplo, a famosa cabeça de morcego comida em pleno palco. Tudo está ali. Sem rodeios e dito pelo protagonista principal. Indispensável também, mesmo que não muito explorado, é um making of do reality show The Osbournes, apresentado pela MTV.
Eu Sou Ozzy” não é apenas um livro divertido que pode gerar boas gargalhadas em sua leitura, mas também o registro, em forma de depoimento sincero, de um homem que se tornou uma lenda viva por seus próprios méritos e vale a pena se ter em qualquer estante, não apenas para deleite divertido, mas também para consulta de dados históricos da vida de Ozzy Osbourne.
Editora Saraiva pelo selo Benvirá, tradução de Marcelo Barbão, 384 páginas, USA 2009, São Paulo 2010.

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