Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.

Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Porque Não Sou Artista

Um dia desses um conhecido me perguntou porque que eu nego tanto o título de artista, apesar de produzir arte em minhas horas vagas. Esta é uma pergunta que, vez ou outra, estou respondendo e agora torno a resposta pública, com o intuito de minimizar as vezes que terei de me submeter a este desagradável.
Existe um determinado sebo na cidade de Manaus que foi montado por um famoso teatrólogo e ator. Mantenho uma certa amizade com o proprietário, mas é triste que em todo encontro com o tal, há demonstração de arrogância e pré potência de sua parte, até mesmo para seus conhecidos e clientes de seu comércio. O recinto é freqüentado por pessoas que se deixam vitimar dos comentários arrogantes, por vezes humilhantes, numa passividade submissa pelo simples fato do proprietário ser famoso, já ter lançado livros, ser referência nisso e naquilo. Como se qualquer tipo de contestação fosse algo incabível devido ao nome do artista. E aqueles que o enfrentam, são motivos de chacotas pelos admiradores do teatrólogo ator.
Um certo músico de uma banda local underground, promove constantemente eventos góticos com apresentações ao vivo que já alcançaram alguma tradição notívaga. Num desses eventos, fui chamado (eu e minha namorada) pelo DJ contratado, para prestigiarmos os shows. Fomos na tranqüilidade, da garantia dada pelo amigo DJ, que nossos nomes contavam na portaria como convidados. Como o amigo não estava presente por motivos de saúde, acabamos sendo barrados na entrada, por pura ambição deste músico promoter, que deixou claro não haver entrada gratuita para convidados. Até mesmo pessoas que ganharam convites, através de sorteio em webradio, tiveram suas entradas barradas por este cover aidético do Robert Smith. Eu e minha namorada, também estávamos acompanhados de um casal amigo, até tínhamos dinheiro para pagarmos nossas entradas e consumirmos bastante no recinto, mas devido ao inconveniente, optamos por outra programação.
O Clube dos Quadrinheiros de Manaus está sendo dirigido atualmente por um ótimo desenhista que cresceu os olhos, frente ao fato da organização estar com CNPJ e desfrutar de uma inegável fama no cenário artístico. Sendo que este virou um déspota, impondo suas vontades com argumentos inquestionáveis e incompetência visível, inclusive no tratamento com os próprios colegas, que vivem a mercê de seus deboches, comentários machistas e destrato explícito. Neste clima indigno, muitos já se afastaram do Clube, fechando assim o objetivo do ditador que quer manter com ele somente os puxa saco e aqueles que teem parcerias em interesses obscuros (mais detalhes serão delatados num futuro breve).
Uma dita revista independente de poesia e cultura underground, tem um editor chefe e escritor (que se vê como vanguardista, somente por ter seus textos boêmios, cheios de drogas e palavrões. Como se Bukowski não existisse) que por algum tempo me cobrou um escrito para publicação. Como a cobrança foi constante, acabei por satisfazê-lo produzindo um escrito de encomenda para a revista. Por descuido não fiz back up. Passei a encomenda para este editor escritor, com o alerta de que o escrito não poderia sair em partes (ele era um tanto extenso) que por sua natureza, perderia o sentido, caso fosse publicado em separado. Minha surpresa foi colérica em ver que este meu escrito foi publicado somente em sua metade, justamente perdendo seu sentido. O editor escritor se desculpou e me prometeu publicar novamente o texto na íntegra, numa próxima edição. Algo que nunca aconteceu em anos.
Reparem que citei exemplos da área do teatro, da literatura, da arte plástica e da música. Em suma, este é o cenário artístico local. Formado por pessoas mesquinhas, segregacionistas, reacionárias, falsas e que ostentam o rótulo de “artista” usurpando o glamour e todas os privilégios que por ventura possam aproveitar. Por incrível que possa parecer, essa espécie já tomou as classes artísticas, formam suas panelas e dividem seus interesses somente com o que e com quem lhes convêm.
Como posso ter interesse em fazer parte deste meio? Não desejo mudar o mundo enfrentando cada um desses personagens medonhos, que dominam com suas políticas e politicagens. Ao contrário, sinto necessidade de manter-me afastado e muito bem diferenciado da corja.
Espero que ninguém vista a carapuça, pois nesta crônica não me permito revolucionar e nem provocar, apenas só me resta o desabafo e a justificativa de meu nojo assumido para os “artistas” e suas “artes”.

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