Personagem emblemática no underground boêmio da cidade de Manaus, Jorge Laborda é astrólogo, web
designer, escritor, artista digital, cyberativista,
dentre outras coisas mais. Seu trabalho caracterizado pelo bom humor, criatividade e colagens em cores marcantes, remete diretamente aos mestres da pop arte. Suas crônicas, recheadas de
sarcasmo, dizem exatamente o que muitos querem dizer e não podem, por medo ou
pura frescura. Enfim, abaixo uma entrevista exclusiva para o blog Orestes, onde este vanguardista carismático demonstra um pouco de
seus ácidos ideais.
Orestes: Seu
ramo de atuação está na publicidade e arte, dentro de mídias digitais em todas
as suas técnicas. Seu trabalho criativo se dá unicamente no formato virtual ou
há alguma etapa do processo que é mais tangível?
Jorge
Laborda: Mário, trabalho em todas as
etapas do processo. Desde a concepção até a execução final. Na literatura, além
de escrever os textos, eu mesmo faço os livros usando os softwares necessários. Para distribuição desse produto é que entra
a gráfica, mas se for e-book, eu
mesmo faço até a distribuição pela rede. Em publicidade também. Faço desde a
logomarca ou projeto visual de um produto ou serviço até a placa da frente da
padaria se for o caso.
O artista, astrólogo, escritor, designer e cyberativista Jorge Laborda |
O.: Qual
sua maior fonte de inspiração?
J. L.: Tudo na vida é copydeskado,
tudo já pensando, testado e inventado. O que pode-se fazer, é dar uma nova utilização
para uma terceira ou quarta coisa. Não ter medo de misturar conceitos e não se
aprisionar em dilemas oriundos do bom gosto é uma boa fonte de inspiração.
O.: Você
também atua como webdesigner. Qual
seu diferencial, frente aos acadêmicos do ramo que entram no mercado a cada
ano?
J.L.: A academia é legal para quem tem saco. Eu nunca
encarei, sou autodidata. Leio e aprendo as coisas que me interessam, novas
tecnologias de fazer coisas. A academia também pode ser inibidora e viciante,
aprisionando a pessoa em processos, formular e métodos. O autodidata tem que
aprender com a academia e vice-versa.
O.: O que
falta pra Internet na cidade de Manaus ter um sinal digno?
J.L.: Policia! Virou caso de policia e isso passa pelas
autoridades que devem ganhar algum para que o serviço não seja devidamente
entregue ao consumidor que paga por ele. Assim como tem a máfia da prefeitura
que deixa a cidade apodrecer, carros estacionarem em calçadas, mesmo tendo leis
que proíbam, tem o serviço de internet em
que as empresas do setor vendem um kilo e entregam 100 gramas e vão vendendo
mais um kilo para mais um trouxa. Se não tem um kilo, não cobra preço de um
kilo e se vendeu tem que entregar. O lance é, que quando trata-se de droga tem
policia que entra para tomar a droga e revender. Quando trata-se de serviço de internet, a grana é muito alta e a
polícia não sabe como prender porque droga é palpável e dados de internet não são. No caso, é um Estado
corrupto que não age porque rola grana solta. O pior é um Ministério Público e
todo um Judiciário conivente com isso.
O.: O fato
do Legislativo estar sempre atrasado, no tocante às adequações com os avanços
tecnológicos, está apenas nas disfunções burocráticas ou há outra problemática
como entrave?
J.L.: A corrupção se alimenta da ineficiência da
informação. Informação atrapalha o não trabalho. Quando falo corrupção, não
falo do político eleito, falo de toda uma cultura da preguiça, de não mudar.
Por outro lado, o Estado não pode se achar onipresente em tudo. Existem áreas
da existência humana que é entre o cidadão e sua consciência. Quanto a
regulamentações, geralmente elas são feitas para beneficiar a casta dominante
que os políticos no período histórico representam. Nem sempre regular é bom.
O.: Qual
trabalho você tem como sua obra prima?
J.L.: Eu inacabado.
O.: Na sua
opinião, o que falta para o Linux ter uma projeção maior ou mais popular?
J.L.: Ser pago. As pessoas ocidentais estão tão viciadas no
consumismo que só o que é pago é bom, e só o que for caro é melhor ainda.
O.: Quais
suas dicas de proteção contra vírus, hackers,
spams e outras mazelas virtuais?
J.L.: Controlar a curiosidade e entender que nada é de
graça. Portanto, desconfie de garotas gostosas querendo te dar na cam ou de caras te dando grana na net.
O.: Qual a
encomenda de trabalho mais bizarra que você já recebeu?
J.L.: Fazer mapa astral de cachorro.
O.: Deixe
seus contatos e um recado para os leitores deste blog.
J.L.: Tenho um site (http://www.canoamultimidia.net/)
e também escrevo em um blog, como
todo desocupado tem. O meu é o (http://cronicabipolar.blogspot.com.br/)
e também meus telefones que são públicos: (92) 3236-5345 / 9346-3998 /
8107-3284. E-mail: jorgelaborda@gmail.com
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