Na segunda passagem de Otacílio Assunção Barros (vulgo Ota, que já fez parte da revista Mad) por Manaus, eu me ofereci pra ser seu guia pessoal. Já nos conhecíamos da sua primeira vinda pelo Clube Dos Quadrinheiros De Manaus em 1998, agora (novembro de 2008) ele vinha como indicado meu, para o Festival Literário Internacional Da Floresta (Flifloresta).
Logo em sua chegada ele deixou clara a sua intenção de tomar Ayahuasca comigo. Evidente que eu atendi prontamente seu desejo conseguindo uma garrafinha do “vinho da alma” pra tomarmos. Como não tínhamos um lugar em específico para a ingestão que não é recomendável ser realizada na rua, fomos para o seu quarto de hotel e tomamos a maravilhosa bebida. Logo em seguida, saímos do quarto com Ota dizendo:
- Agora vamos explorar o hotel.
Era o luxuoso hotel que fica anexo ao Shopping Millenium. Entramos no elevador e subimos até o último andar. Subimos mais um lance de escadas e fomos parar numa ala mais privê do hotel. Passamos por uma sala com aparelhos de ginástica, por um sauna e localizamos uma pequena escada que dava acesso à piscina que fica no terraço. Devido ao horário de 20:00, tudo estava deserto e eu nem atentei a dois montes de roupas que estavam num banquinho antes da escada para a piscina. Ao chegarmos no terraço, escutamos um grito feminino de susto. Na piscina encontrava-se um casal. A mulher cobria os seios nus com as mãos. Lógico que a água cuidava de esconder o resto dos corpos. Pedimos desculpas e nos retiramos, deixando os pombinhos a sós na devida diversão. Tratamos de pegar meu carro e curtir o efeito do chá rodando pela cidade.
No dia de Ota ir embora, ele esperava pela manhã, o pagamento do cachê da ajuda de custos, que já cobrava da direção do evento desde o primeiro dia. Ele havia chegado com pouco dinheiro e precisava de uns trocados pra cigarros, bebidas e outras coisas mais. Ficaram enrolando e quando foram pagar deram a ele um cheque pré datado. Ota ficou puto. O coitado do rapaz que dava assessoria no hotel foi o primeiro a ser mandado pra puta que pariu. Fechou a conta na recepção do hotel e ao ser cobrado dos chopps que ele havia tomado, mandou todo mundo tomar no cu e disse pra cobrarem da direção do evento. Eu presenciei tudo com muito constrangimento. Estava vendo a hora do segurança anabolizado nos jogar para fora do hotel. Pela parte da tarde visitamos o mestre Joaquim Marinho (amigo pessoal de Ota) que ria muito com o cartunista contando o ocorrido no hotel.
Cerca de uns meses atrás mandei pra ele, por um amigo dele que estava em Manaus, uma garrafa de Ayahuasca. Diz ele que até hoje ainda não teve tempo pra tomar a bebida homeopática, mas tenho certeza que ele fará bom proveito dos efeitos alucinógenos.
Apesar da direção do Flifloresta deixar claro que não voltará a convidar Ota para um evento, não tenho dúvidas que ainda nos encontraremos novamente. Malucos sarcásticos tendem a se encontrarem. Que assim seja.
Ota pode ser um bom fazedor de HQ, mais sua oficina no evento foi lastimável, o cara não conseguiu demonstrar seu talento por lá.(alguns que participaram da oficina me disseram que Ota parecia estar de ressaca da braba) Teve sorte de não ser comido por um índio-caboclo aprendiz. Remédio pra doido é doido e meio.
ResponderExcluirHá controvérsias, amigo Jorge. Eu auxiliei Ota na oficina e ele conseguiu dar o passo a passo mínimo. Impossível seria ele, ou qualquer outra pessoa, ministrar uma oficina de história em quadrinhos em 2 horas de duração.
ResponderExcluirSobre a aparência de ressaca, é o normal dele. Claro que os manauaras na oficina, que não o conheciam pessoalmente, estranharam essa peculiaridade.
Olá Mário!
ResponderExcluirRessaca aqui foi um eufemismo para chapação mesmo! E sem preconceito nenhum, podes crer!