Chris Simunek é um homem abençoado com um dos melhores empregos do mundo. Por todo canto que passa, sempre alguém repete isso pra ele. Trabalha pra revista norte americana High Times, que é uma revista temática sobre a maconha e afins que está em atividade desde a década de 70. Até aí, nada demais, se ele trabalhasse numa redação barulhenta e tumultuada como toda redação que se preze. Porém, este yankee sortudo trabalha viajando o mundo todo, se embrenhando por todo o interior a procura de psicotrópicos e fumos regionais para experimento próprio. Em seguida envia um relatório sobre a experiência para a redação e parte para o próximo lugar. Nas andanças pelo mundo o tal jornalista já passou até pela Amazônia pra experimentar Ayahuasca, Paricá e outras maravilhas da terra.
O livro “Paraíso na Fumaça” é apenas um aperitivo de seu roteiro, por relatar com informalidade e muito bom humor essas vivências, no mínimo, interessantes. De entrevistas com cultivadores de maconha transgênica ou hidropônica a bastidores de shows do Grateful Dead ou do Mötorhead, passando por encontro de Hell’s Angels e comunidades hippies, as descrições são hilárias e cativantes até pra quem não é chegado na “maldita”. Levando o leitor pra dentro de um filme B que mistura Quentin Tarantino, Don Martin e Jeferson Airplane, tudo parece psicodélico e cartunista. Mais interessante ainda é que o improvável está sempre a seu lado, por estar ligado, na maioria das vezes, com o ilícito.
Chris Simunek, Paraíso na Fumaça, Editora Conrad, São Paulo, 2002, 190 páginas, tradução de Neuza Maria Simões Capelo.
Leitura mais do que recomendável.
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