Uma
série de televisão atípica que não se prende a um estilo tendo
como principal característica elementos cruciais, nos roteiros,
ligados a alta tecnologia, que fucionam como vetores protagonistas.
“Black Mirror” é uma produção inglesa para a televisão,
dirigido a um público adulto que procura muito mais do que, o
configurado para consumo da grande massa telespectadora.
O
paradigma já foi quebrado logo na capitulação de contrar uma
história a cada episódio, com elenco diferente, sendo que as duas
primeiras temporadas só possuem três episódios cada, a maioria por
volta dos quarenta e cinco minutos, mas alguns episódios passam de
uma hora de duração, geralmente os que fecham temporadas. Após a
segunda temporada o canal fechado de streaming Netflix,
fechou contrato pra exibir a série e encomendou mais doze episódios
que foram separados para duas temporadas, sendo que a segunda parte
ainda não foi exibida até a publicação deste artigo.
Um dos posters de divulgação da premiada série atípica |
O
criador, roteirista britânico Charlton Charlie Brooker,
também foi o autor da série “The Guardian” e de outros
trabalhos sem muitos destaques, mas emprega toda sua sátira nas
histórias contadas em Black Mirror que num episódio pode ser
um drama de relacionamento, em outro surge como terror de
influências trash, ou simplesmente um suspense policial de
cadência eletrizante. Com toda essa volatilidade, o elemento da
tecnologia acaba por categorizar o conceito do todo como ficção
científica.
O
viés satírico é claramente percebível nos personagens
interpretados com traços caricatos (apesar da grande seriedade),
nos ambientes de tonalidades sombrias e principalmente nos roteiros
tendentes a ironia onde, praticamente em sua totalidade, teem finais
tristes ou desconstrutores.
A
junção das características acaba formando média metragens
agonizantes de contemporaneidade futurística que implicam
diretamente na psicologia do telespectador e isso pode
indiscutivelmente dificultar a audiência para muitos, principalmente
os acostumados a assistir block busters.
Dentre
os episódios, podemos destacar três: “White Bear” da
segunda temporada, que mostra a agonia de uma criminosa condenada por
uma sentença de tortura psicológica assistida por turistas. O
enredo é muito intrigante e o desfecho revela toda a pena doentia.
“Playtest” da terceira temporada, é o episódio de terror
da série. Um jovem se submete a servir como cobaia pra teste de um
protótipo de jogo de realidade aumentada, o qual cria suas
virtualidades nos medos dos protagonistas. Pitadas de trash movie,
mas sem exageros. E o ótimo “Me Against Fire” também da
terceira temporada, que traz um ambiente militar onde o soldado de
uma guarnição, que tem a honrosa missão de encontrar e eliminar
uma sub-raça mutante que infiltrou-se meio os humanos, acaba por
descobrir que tudo é uma farsa fomentada pelos governos, através de
implantes cerebrais. Outros episódios são tão bons quanto estes
destaques, mas fica a deixa pros interessados descobrirem por conta
própria, o que lhes espera.
Em
resumo, os norte americanos ainda são os melhores produtores da
sétima arte no mundo, tecnicamente falando obviamente, mas os
britânicos provam com a produção do premiado “Black Mirror”,
que fora do eixo hollywoodiano existem, não apenas ótimas
produções, mas também peças que brilham devido a características
de bom gosto, inteligência, refinamento e muita criatividade.
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