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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Black Mirror

Uma série de televisão atípica que não se prende a um estilo tendo como principal característica elementos cruciais, nos roteiros, ligados a alta tecnologia, que fucionam como vetores protagonistas. “Black Mirror” é uma produção inglesa para a televisão, dirigido a um público adulto que procura muito mais do que, o configurado para consumo da grande massa telespectadora.
O paradigma já foi quebrado logo na capitulação de contrar uma história a cada episódio, com elenco diferente, sendo que as duas primeiras temporadas só possuem três episódios cada, a maioria por volta dos quarenta e cinco minutos, mas alguns episódios passam de uma hora de duração, geralmente os que fecham temporadas. Após a segunda temporada o canal fechado de streaming Netflix, fechou contrato pra exibir a série e encomendou mais doze episódios que foram separados para duas temporadas, sendo que a segunda parte ainda não foi exibida até a publicação deste artigo.
Um dos posters de divulgação da premiada série atípica
O criador, roteirista britânico Charlton Charlie Brooker, também foi o autor da série “The Guardian” e de outros trabalhos sem muitos destaques, mas emprega toda sua sátira nas histórias contadas em Black Mirror que num episódio pode ser um drama de relacionamento, em outro surge como terror de influências trash, ou simplesmente um suspense policial de cadência eletrizante. Com toda essa volatilidade, o elemento da tecnologia acaba por categorizar o conceito do todo como ficção científica.
O viés satírico é claramente percebível nos personagens interpretados com traços caricatos (apesar da grande seriedade), nos ambientes de tonalidades sombrias e principalmente nos roteiros tendentes a ironia onde, praticamente em sua totalidade, teem finais tristes ou desconstrutores.
A junção das características acaba formando média metragens agonizantes de contemporaneidade futurística que implicam diretamente na psicologia do telespectador e isso pode indiscutivelmente dificultar a audiência para muitos, principalmente os acostumados a assistir block busters.
Dentre os episódios, podemos destacar três: “White Bear” da segunda temporada, que mostra a agonia de uma criminosa condenada por uma sentença de tortura psicológica assistida por turistas. O enredo é muito intrigante e o desfecho revela toda a pena doentia. “Playtest” da terceira temporada, é o episódio de terror da série. Um jovem se submete a servir como cobaia pra teste de um protótipo de jogo de realidade aumentada, o qual cria suas virtualidades nos medos dos protagonistas. Pitadas de trash movie, mas sem exageros. E o ótimo “Me Against Fire” também da terceira temporada, que traz um ambiente militar onde o soldado de uma guarnição, que tem a honrosa missão de encontrar e eliminar uma sub-raça mutante que infiltrou-se meio os humanos, acaba por descobrir que tudo é uma farsa fomentada pelos governos, através de implantes cerebrais. Outros episódios são tão bons quanto estes destaques, mas fica a deixa pros interessados descobrirem por conta própria, o que lhes espera.
Em resumo, os norte americanos ainda são os melhores produtores da sétima arte no mundo, tecnicamente falando obviamente, mas os britânicos provam com a produção do premiado “Black Mirror”, que fora do eixo hollywoodiano existem, não apenas ótimas produções, mas também peças que brilham devido a características de bom gosto, inteligência, refinamento e muita criatividade.

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