A produção
francesa/canadense “Martyrs” (com o título brasileiro “Mártires”) é o filme, longa
metragem, que prova a infindável fertilidade no eixo extra hollywoodyano. O terror psicológico acabou por tornar-se
independente, pelo fato de que nenhuma grande produtora interessou-se em
trabalhar no projeto, bem como atrizes de grande destaque. A direção de Pascal Laugier, lançada no ano de 2008,
com versão em DVD um ano após,
explora muito bem o roteiro diferenciado, mostrando uma trama que,
aparentemente, é um trash movie sem
sentido, mas revela-se criativo no final inesperado.
A história
começa com um estilo de falso documentário (muito
abordado pelos filmes contemporâneos de terror), mas logo nos primeiros
minutos, muda sua narratologia, centrando-se nas protagonistas principais.
Poster da produção independente de roteiro criativo e original que abusa na ultra violência |
Lucie Jurin é uma garota adolescente
encontrada, fugida de um cativeiro torturador, que lhe provocou traumas físicos
e psicológicos. Anna Assaoui, não
muito mais velha que Lucie, adota a tarefa de ajudar a amiga de infância, no
que seria recuperação e vingança, levados a atos extremos. Numa guinada
progressiva, Anna passa a ser a vítima dos torturadores, que são membros de uma
misteriosa e violenta sociedade secreta. O impressionante está na ultra
violência aplicada em mulheres menor de idade, com justificativa científica no
enredo, para a barbárie.
Por
incrível que possa parecer, uma das maiores dificuldades na produção, estava no
ofício das atrizes que, precisavam passar muito tempo chorando em cena. Isso
glorifica inquestionavelmente a atuação de Mylène
Jampanoï e Morjana Alaoui, que
foram brilhantes em seus trabalhos, com uma coragem admirável em aceitarem o
desafio.
Já estão
em andamento as especulações para uma produção norte americana. Independente do
risco que isso pode ter (como vir numa
versão decepcionante), levará a obra para um público mais amplo.
Além de
ser um filme alternativo polêmico, pela carga de violência e sangue, Mártires vale a pena ser assistido,
pelo final surpreendente e por seu roteiro criativo que diferencia-se, dentre a
grande maioria de lançamentos no ramo.
Não
aconselhável para pessoas fracas.
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