É incrível como praticamente não
existem resenhas ou referências, nos meios especializados de rock,
a um dos livros mais básicos que já foram publicados sobre este tão
amado estilo musical. “O Que É Rock” de Paulo Chacon
da coleção Primeiros Passos pode até ser encontrado pra
download gratuito, mas ainda se faz ausente de sites,
podcasts, debates, programas de TV e revistas
especializadas. Porém, isso não torna esta obra menos importante
para o universo da música.
Capa de icônico livro de Paulo Chacon, lançado primeiramente em 1982 |
Na óbvia lógica da cronologia, o
livro inicia explicando o conceito de rock. Pode parecer
totalmente banal, mas indiscutivelmente é o básico para se entender
o estilo. Afinal, qualquer objeto de estudo, tem de ter a sua
explanação iniciada em seu conceito. Em seguida temos a história
de como tudo começou. Todos sabem da origem no blues, mas nem
todos conhecem o porque houve essa mudança. Aqui se encaixam os
primeiros ímpetos de cólera de uma classe discriminada, por uma
série de questões históricas, que precisava externalizar suas
revoltas. Ninguém é obrigado a gostar de blues, gospel,
soul, funk e rhythm & blues, mas todo mundo
que gosta de rock and roll tem de, no mínimo, respeitar os
estilos que deram origem ao ritmo mais popular do mundo. Na sequência
algo também indispensável, a ligação de toda história com o
cenário político mundial. Então percebe-se que ideologia na
música, não começou com o punk na década de setenta ou com
o hippie uma década anterior. Evidente que o expressionismo
das letras de Bob Dylan ganham um destaque especial, mas
também há de se apontar a importância da emancipação causada
pelos Beatles e até mesmo o provocativo rebolado de Elvis
Presley, que por muitas vezes foi questionado, por ser uma alusão
corpórea intuitiva ao coito, numa geração reprimida, inclusive
sexualmente. A militância de John Lennon também é exposta
como ótimo exemplo, mas vários nomes como Janis Joplin, Jim
Morrison, Jerry Lee Lewis, Chuck Berry, Led
Zeppelin, Rolling Stones, Jimi Hendrix, Joan
Baez, The Byrds, James Brown, Santana e
dezenas de outros, são citados e exemplificados. A lista é grande e
todos com seus devidos méritos na história. Pra finalizar, uma
conclusão modesta e indicações de leitura. Considerando que a
primeira edição do trabalho é do longínquo ano de 1982 e, de lá
pra cá, muita coisa evoluiu no panorama global do rock,
evidente que a obra vale mais como uma referência básica.
Com toda importância que um livro
assim tem de ter, ao registrar historicamente a origem de um estilo
musical, torna-se claro que “O Que É Rock” de Paulo
Chacon (80 páginas, Nova Cultural/Editora
Brasiliense), é o mínimo que todo rockeiro tem de
ler para compreender aquilo que se escuta. Portanto, esta obra é
indispensável em qualquer biblioteca que se preze.
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