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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Sentapua

No meio da significativa quantidade de bandas que surgiram na virada do século, na cidade de Manaus (Amazonas), várias chegaram a gravar seus discos. Dentre estas, a grande maioria findou-se, poucas continuaram seus legados e várias outras vieram posteriormente, obedecendo o ciclo natural das coisas. Em toda esta fauna, a Sentapua foi uma que lançou seu debut, terminou algum tempo depois, passou vários anos em inatividade e retornou aos palcos com nova formação, cerca de uns 3 anos atrás, mantendo até hoje a rotina de apresentações. Seu disco homônimo foi lançado no longínquo ano de 2004, mas demonstra um playlist atemporal e empolgante.
Capa do debut da Sentapua lançado no ano de 2004
O CD já abre com “Punhal”, considerada por muitos, como a melhor faixa do disco. Influência direta do grunge, ótima letra e refrão marcante. A segunda é “Veludo”. O dedilhado de abertura é só enganação pro peso que vem em seguida, promovido pela mudança de tom no vocal principal. Na terceira colocação está “Absinto” que acelera um pouco o ritmo nos estrofes. Seu final que poderia ser menos inesperado. Na quarta posição vem “Quinta Feira” que expõe a boa qualidade dos músicos, principalmente de seu baterista Lauro Henrique. Na sequência vem um blues (?). Sim, “No Lado Escuro da Nossa Lua” é um grande blues, que ganhou o carisma do público pelo seu refrão pegajoso. Vale lembrar que esta música também foi gravada pela banda “Tudo Pelos Ares”, em seu disco de estreia (nomeado de “Senta a Pua”), por ser de composição do ótimo guitarrista vocalista Eduardo Molotievski. Em sexto lugar “Quinze para Meia Noite” devolve o peso, desta vez explícito mais na letra da canção. A oitava é “O Frio” que tem destaque para os guitarristas Deco Vequione e Luigi Henrique, respectivamente base e solo (Luigi também é creditado como o contrabaixista). Em seguida “Máscara” dá uma apaziguada com uma introdução mais trabalhada, até a entrada do primeiro estrofe. Curiosamente o peso entra apenas nas partes cantadas. A próxima é “Fotossíntese” com uma pegada um tanto punk rock, e um ótimo refrão que também é bastante pegajoso. “Espelho” segue trazendo a mesma levada e nada muito diferencial do restante do disco. Pra fechar a bolacha “Paradoxo” tem sua cadência em guitarra acústica. A distorção entra apenas nos refrões, mas nada que comprometa as características indie, muito tonificadas pelos vocais de Wilson Lobão.
A ausência de um encarte mais elaborado, principalmente com as letras das músicas, é sentida. Hoje a Sentapua encontra-se apenas com Wilson de sua formação original, mas o trabalho produzido no primeiro CD é primoroso e prova toda capacidade de concentração em boas músicas com ótimas letras e o peso que gostamos de escutar numa banda de rock.

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