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Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

sábado, 12 de março de 2011

Marvels

Desenhista e pintor norte americano, Alex Ross nasceu em 1970 e rapidamente ganhou destaque por apresentar uma arte ultra realista, mas com respeito aos aspectos clássicos dos personagens ilustrados.
O estilo ultra realista caracteriza-se por mostrar uma arte (desenho ou pintura) com traço fotográfico.  No caso das pinturas de Alex Ross, vários quadrinhos levantam a dúvida em tratar-se de desenho feito pelas mãos de um artista ou de uma fotografia que teve pintura sobreposta.  Alguns afirmam que este grande nome dos quadrinhos usa modelos fotográficos para seus desenhos iniciais, que levam à pintura no produto acabado, mas independente dele usar ou não fotos, o renascentismo é explícito em seu trabalho e a apreciação das páginas vai muito além da simples leitura, prendendo o leitor por vários minutos antes do mudar de página.
Uma das belíssimas capas com uma ante capa em transparência de acetato
Seus trabalhos mais significativos estão para as duas maiores produtoras de quadrinhos do mundo “Marvel Comics” e “DC Comics”.  Apesar de retratar exclusivamente super heróis, o traço ultra realista oferece uma explanação mais adulta para o tão juvenil universo dos heróis.
Dentre todos já publicados, a mini série em quatro edições “Marvels”, merece uma atenção com melhor destaque.  Lançada no ano de 1994 pela Marvel Comics, e incrivelmente publicada no Brasil em edição de luxo com acabamento todo em papel couche, tem uma grande sacada pra manter a arte original da capa intacta.  A logomarca da mini série e outros detalhes de layout de capa, estão impressos em uma transparência de acetato que precede a página com a arte.  No roteiro feito por Kurt Busiek tem uma outra característica de história para adultos, além da arte perfeccionista de Ross.  Tudo é narrado sob a perspectiva de um cidadão comum.  No caso, um jornalista que passa a registrar o surgimento desses super seres no mundo.  Então não espere encontrar as tradicionais batalhas entre vilões e heróis, tão clichês no ramo.  Aqui temos um drama de um pai de família que encontra na sua profissão a oportunidade de fazer imagens e ter um contato, mesmo que indireto, com seres maravilhosos.
Os Beatles estão espalhados entre as pessoas presentes
Uma curiosidade feita para os mais atentos, está na aparição de algumas celebridades como figurantes.  Na primeira edição, na página vinte e seis, há um depoimento do marinheiro Popeye, no primeiro quadrinho.  Na segunda edição temos a atriz Elizabeth Taylor, na página dezenove, no quadrinho principal.  Na página vinte e quatro temos a primeira aparição dos integrantes dos “Beatles”, no primeiro quadrinho, separados entre si e dispersos no meio da multidão.  Na página trinta e três eles voltam a aparecer, também separados entre si e escondidos entre as pessoas.  Na terceira edição é a vez do criador dos personagens, Stan Lee, aparecer no terceiro quadrinho da penúltima página.  No primeiro quadrinho da página quatro, da quarta edição, vemos os integrantes da banda “Badfinger”, andando entre os transeuntes.  Na mesma edição, na página treze, temos Pete Townshend (primeiro quadrinho) e Roger Daltrey (último quadrinho), ambos da banda “The Who”.  Ainda na mesma edição aparecem Louis Lane e Clark Kent (terceiro quadrinho da página dezenove), que não puderam ficar tão evidentes, devido ao fato de pertencerem à DC Comics.  Há outras aparições e referências que estão lá para serem identificadas por quem se dispor a tal.
Leitura aconselhável para quem deseja uma perspectiva diferente do universo de super heróis, “Marvels” é facilmente encontrada pra download na Internet.  Se tiver sorte, pode ser encontrada em bom estado pra venda.  Seja qual for o formato, vale uma conferida.

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