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Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Nietzsche

Nascido na Alemanha em 1844 e falecido 55 anos mais tarde, Friedrich Wilhelm Nietzsche foi o mais clássico dos filólogos e um dos mais controversos filósofos que o mundo já conheceu.  Aos 24 anos de idade já exercia a profissão de professor universitário em Filologia.  Essa sua grande vocação está explícita em muitas de suas obras que abordam, dentre outras coisas, o auto enaltecimento germânico.  Este, por sinal, foi o resquício mais usado pelos nazistas que abordaram demagogicamente Nietzsche, visto que este era um anti semita e pregador de uma superioridade além do homem com a disciplina austera da ultra intelectualidade.  A maior parte de seu legado está na forma de aforismos cheios de máximas, mas ainda há muitos escritos inéditos, correspondências e poemas do autor.
A complexidade de seus textos reflete-se na eterna confusão e incompreensão de seus críticos e seus leitores estudiosos.  Erroneamente dito como niilista, na verdade, Nietzsche era um otimista ao falar na tese do “eterno retorno” que o ser deveria aspirar um estágio espiritual elevado a ponto de considerar-se o super-homem.  Tal estado de nirvana, ainda hoje é difícil de ser imaginado, com o desapego ao budismo e principalmente ao cristianismo.  Ateu convicto, ganhou fama (ou infâmia) ao declarar que Deus estava morto, e morto por nós mesmo.  Em seu livro “O Anticristo”, deixa claro que não era contra Cristo, mas sim, contra toda a idéia deturpada que foi feita pelo usurpador Paulo de Tarso.  E o único cristão que realmente existiu, foi o próprio Jesus.
Foi amigo pessoal do compositor Richard Wagner, com quem iria romper posteriormente.  Afirmava que só a arte remediava a tolerância à vida e harmonizava o caos formado pela raça humana na natureza e na convivência consigo mesmo.  Teve pouquíssimos amigos em vida ao pregar a inimizade como um orgulho, e conseguia ressentimentos até de seus alunos que o consideravam louco.  Questionava a moral e todos os valores da civilização que estavam corrompidos por uma dissonância naquilo que ele chamava de “máscaras” ostentadas pelos homens.
Alguns de seus trabalhos mais expressivos são: “Assim Falou Zaratustra – Um Livro Para Todos e Para Ninguém”, certamente o seu livro mais famoso; “Ecce Homo” uma auto biografia que tenta expor todo o seu ponto de vista sobre os tratados; o já citado “O Anticristo” que rebaixa o cristianismo à farsa, sem sequer baixar o nível no argumento e “Além Do Bem e Do Mal – Prelúdio a Uma Filosofia Do Futuro”, sua obra mais poética.
Nome obrigatório para o estudo da filosofia, Nietzsche coloca de ponta cabeça qualquer racionalidade imposta para descrever seu pensamento e instiga o intelecto em aprofundar-se mais naquilo que lhe é negado pela própria razão.

Um comentário:

  1. Sobre o NIHILISMO: Somente Nietzsche fez um uso não polêmico do termo, servindo-se dele para qualificar sua oposição radical aos valores morais tradicionais e às tradicionais crenças metafísicas. Disse Nietzsche "O Nihilismo não é somente um conjunto de considerações sobre o tema TUDO É VÃO, não é somente a crença de que tudo merece morrer, mas consiste em colocar a mão na massa, em destruir...É o estado dos espíritos fortes e das vontades fortes às quais não é possível se ater a um juízo negativo: a negação ativa responde melhor à sua natureza profunda". OUTRO MESTRE NESTE TIPO DE PENSAMENTO NIHILISTA É CIORAN, considerado por muitos o filósofo maior do ANARQUISMO. Jorge Bandeira, nihilista, pero no mucho.

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