Ainda
explorando o site norte americano Lpcoverlover.com,
encontramos uma segunda leva de capas de discos com artes gráficas
hilárias, bizarras, de gosto duvidoso ou que, no mínimo, poderiam
ter um tratamento melhor. Sempre no parâmetro entre a década de 40
até a década de 80 e sem um estilo musical determinado, sendo
possível encontrar folk, blues, rock, gospel,
piadistas, infantil etc., que são ilustrados com capas curiosas ou
indigestas. Se conferido, a diversão está garantida.
Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.
Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
domingo, 29 de outubro de 2017
Maldito Seja - Henry Jaepelt
Criada com a intenção de fornecer um determinado reconhecimento a certos quadrinhistas autorais, a série de comic books “Maldito Seja”, seleciona apenas artistas independentes que nunca alcançaram o dito mainstream, mas ao mesmo tempo possuem uma obra peculiar digna de destaque, seja pela criatividade, pelo traço emblemático ou roteiros marcantes. O exemplar “Henry Jaepelt” traz uma coletânea de trabalhos deste autor catarinense, publicados, em sua maioria, em fanzines de 1993 a 2005. A antologia é impressionante e apresenta o melhor de Jaepelt que, sem dúvida nenhuma, deveria ter condições de dedicar seu tempo apenas em sua arte.
Capa do exemplar da série "Madito Seja" que traz Henry Jaepelt |
Ao todo são vinte e seis HQs que preenchem o livro (na verdade é um pouquinho mais, pois algumas histórias não tituladas, não são creditadas no sumário). A grande maioria é de poucas páginas, sendo várias de apenas uma página. Consideremos como justificativa que Jaepelt atua muito como ilustrador, e o motivo é bem simples: ele não vive exclusivamente de sua arte, mas sim, tem um emprego e precisa trabalhar para poder sobreviver. O que é uma pena, porque se analisarmos o seu desenho, percebemos um estilo que vaguei entre o terror/erotismo/ficção científica com textos filosóficos e non sense repletos de referências e quase sempre explorando a beleza do preto e branco. Sua anatomia é excelente, os cenários cósmicos e surreais, os contrastes de luz e sombra equilibrados numa harmonia linda, diagramação concisa e diversificada e o traço preciso e limpo. Todas as histórias do livro são excelentes, mas pra dar algum destaque podemos citar “Sundae, Bloody Sundae...” que tem várias referências nos detahes dos quadrinhos, “Lupita...” com sexualidade surreal, “Puls *” assim mesmo com o asterisco no título, é uma HQ psicodélica sem textos, “O Curioso Relato de Lumbrotelius (Da Antiga e Honorável Tribo dos Habrinoles)” que apesar do longo título, possui apenas duas páginas com roteiro de final intrigante, “Sebo do Beto” sobrepondo a audiofilia no romance, “Impulsos” uma crônica contemporânea e atemporal, sem textos e de apenas uma página, “Que Coisa!” com desenhos de Maria Jaepelt, “Estufa” de lisergia e expressividade magnífica nas hachuras, “Um Ensaio no Outono” também com colaboração de Maria e “Mutrus” que resume perfeitamente a peculiaridade dos quadrinhos deste mestre da nona arte.
A ótima série “Maldito Seja” está aí não apenas para divulgar nomes poucos lembrados das histórias em quadrinhos nacionais, mas também para levar aos leitores, a nata do que há de melhor fora do sacal eixo Marvel/DC que abunda os espaços de bancas e livrarias dedicados a nona arte, sem deixar espaço para alternativas independentes. “Henry Jaepelt” é um dos melhores nomes a exemplificar esta nata com eficiência e maestria.
sábado, 28 de outubro de 2017
Ugra Press Vendendo "O Desejo Eterno" em São Paulo
A loja Ugra Press é o primeiro ponto de São Paulo a vender a graphic novel "O Desejo Eterno" de Mário Orestes Silva. O comic book tem o Selo de Recomendação do Clube dos Quadrinheiros de Manaus.
O exemplar está saindo a R$ 25,00 (+ despesas de Correios pra fora de São Paulo).
A Ugra Press fica na Galeria Ouro Velho, rua Augusta, Nº 1371, loja 116 (a três quadras do metrô Consolação) e funciona de segunda a sexta-feira das 12:00 as 20:00 e aos sábados de 10:00 as 19:00.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Filhos de Inácio - Música para Surdos
São
Paulo é uma cidade que está dentre as que mais produzem bandas de
rock em nosso país. Os motivos são óbvios: a cidade mais
populosa, a maior metrópole, grande eixo de shows e um centro
cosmopolita único, dito como a Nova Iorque da América Latina. Sendo
o punk rock o estilo mais fácil, dentre as várias
ramificações, é justamente esta vertente que tem a maior
quantidade proliferando. Filhos de Inácio é um dos nomes
representantes do controverso estilo e no seu EP de cinco faixas
“Música para Surdos”, é fácil notar a boa
expressividade característica.
A divertida capa do ótimo EP da banda punk paulistana Filhos de Inácio |
O
disquinho abre com “Mickey is Dead”. Ótima música para
abertura por possuir levada punk nos tons da bateria, refrão
cativante ao côro e letra engraçada, evidentemente satirizando o
maior ícone de Walt Disney. A segunda “Velho Facista”
tem influências de thrash metal com letra totalmente
oitentista e pegada rápida do começo ao fim. Em seguida está
“Beber Até Ficar Chapado”. Hard core porrada e
rápido, como tem de ser. A letra, fazendo jus ao nome, é totalmente
dionisíaca e nos arranjos, break pra marcação do
contrabaixo, chamando pro último estrofe e refrão. Na sequência
vem “Saia do Meu Caminho” que tem participação de Ariel
(Invasores de Cérebro/Restos de Nada). Texto
totalmente auto afirmativo, provavelmente a melhor faixa do CD. Pra
fechar “Nasci Punk” com participação de Barata
(DZK). Outra grande música auto afirmativa e
plenamente panfletária, lembrando muito os ingleses do Exploited.
A
arte gráfica é toda ilustrada com desenhos caricatos bem divertidos
que embelezam capa, contra capa e encarte, tudo impresso e
distribuído em capinha de papelão, tornando o material mais
acessível. Traz as letras das canções, mas infelizmente peca em
deixar ausente mais dados. Procurando pela internet, também é
difícil de encontrar maiores informações sobre a banda que, mesmo
em sua página oficial do Facebook, não dá maiores detalhes sobre o
grupo e sua história.
Os
pequenos empecilhos não prejudicam a ótima apresentação do EP
“Música para Surdos” que traz ótimas canções do mais
puro e cru hard core paulista, provando que Filhos de
Inácio é um dos grandes destaques dentre o montante gerado pelo
grande centro produtor de bandas da América do Sul.
domingo, 22 de outubro de 2017
Angel
Rosto
de menina
De
jeito brincalhona
Semblante
de mulher
Amante
feminima
Carisma
que apaixona
Direta
no que quer
Atitude
tranquila
Quieta
e calada
O
olhar que seduz
Coração
que inquilina
Poesia
alada
Seu
brilho reluz
De
latente talento
Esmalte
forte batom
Ternura
salutar
Amor
corpulento
O
noir dá o tom
Pro
peito latejar
Felicidade
a sorrir
Forte
abraço de união
Anjo
paciente
Intimidade
por vir
Firma
grande emoção
Romance
consciente
sábado, 21 de outubro de 2017
The Martian
Dentre
os maiores medos dos seres humanos estão a solidão e o esquecimento
pelos semelhantes. Estes dois, elevados ao nível desesperador, são
explorados com maestria pelo ótimo
diretor Ridley Scott,
que também assume a produção,
da película
hollywoodiana
“The Martian”,
que no Brasil recebeu a
tradução, de “Esquecido
em Marte”. Mesmo
intercalando a onipresença bucólica do planeta em questão, até
por exigência do roteiro, com cenas da Estação
Espacial Internacional e da
Terra,
mostrando os esforços da Nasa,
o maior drama do personagem principal vivido excelentemente por Matt
Damon, consegue ser
agonizante, prendendo o telespectador nesta ótima ficção
científica levada às
telonas no ano de 2015.
Poster da obra de Ridley Scott que passa bonita lição de vida |
Mark
Watney é
o astronauta especializado em botânica, componente da equipe de
cientistas que tem como missão, promover os primeiros avanços de
colonização do dito “planeta vermelho”. Já com algumas bases
de apoio concebidas em estruturas construídas alí, o grupo está
numa exploração rotineira quando é surpreendido
por uma forte tempestade de areia, que acaba fulminando na separação
de Watney do
grupo. Sem
ter como resgatar o botânico, este é deixado pela equipe, dado
com morto e congratulado como
mártir por todos. Ferido, mas vivo, Watney
se vê na inquestionável
hipótese de sobrevivência solitária. Recorrendo
aos seus vastos conhecimentos botânicos, consegue fazer brotar uma
horta exclusiva de batatas, o que é o suficiente para lhe saciar a
fome. Também é com extrema
criatividade que consegue produzir água potável no ambiente
artificial que se encontra. Uma vez com estes dois preceitos básicos
saneados, está apto para manter-se vivo e avança para etapa, não
menos crucial, de tentar contato. Alguns
acidentes, acabam por suceder em sua aventura, colocando em sério
risco sua vida, mas com todo inesperado, a capacidade de superação
sempre vigora, garantindo-lhe a respiração. A
agonia é notável,
porque além da solidão delirante do personagem principal, há a
onipresença do perigo que se torna um inimigo invisível e letal,
que tenta se manifestar de
várias formas, levando o astronauta e estar constantemente pensando
e repensando seus métodos com cálculos, estratégias e análises
que nem sempre funcionam, mas vigoram
na insistência
pela vida.
O
belo
longa metragem de 141 minutos
“The Martian”
impressiona em sua capacidade de provar a maior característica da
raça humana, a de adaptar-se nas mais hostis situações para a
sobrevivência da espécie,
mesmo que para isso seja preciso a exploração máxima da
inteligência, da sagacidade e principalmente da criatividade. Grande
filme que passa uma linda lição.
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Aforismos Oresteanos
"Não
sabemos o gosto da comida, se não experimentarmos o prato. Logo, é
normal, termos em nossas vidas, experiências que não valem a pena,
com a única validade de já sabermos o que não queremos repetir.”
"Existem
variações em tudo que existe. Mesmo a coisa mais definida e exata
do mundo, terá seu idêntico variável. Isso é regra universal para
objetos, qualidades, verbos e até sentimentos."
"O
ímpeto instintivo, quando trabalhado num foco apaixonado, se torna
tão poderoso que pode produzir o impossível do inesperado."
"Amor
e sexo são fantásticos e divinos quando juntos, mas separados
também podem gerar satisfações plenas e são inquestionavelmente
necessários para se manter a sanidade."
"Se
você não investe em algo que precisa, acreditando ser impossível
por um ou outro motivo, então você nunca alcançará o desejado,
simplesmente por não acreditar na possibilidade de realização."
"Um
modo muito eficaz de repassar uma ideia adiante, é escrevendo-a numa
cédula de dinheiro. Estará sempre passando de mão em mão e
destas, muitas lerão o escrito."
"Paredes
são essenciais para a sustentação de construções, mas também
podem ser ótimos esconderijos em seus interiores, assim como
colunas, tetos e mesmo o chão. Considerando isso, imagine o quanto
de escondidos temos em proximidade inconscientemente, durante todas
nossas vidas."
"O
inconcebível é apenas uma questão de oportunidade universal para
realizar-se."
domingo, 15 de outubro de 2017
Quadrinhos Através da História - As Eras dos Super-Heróis
Um
dos indicativos de evolução de um povo, está na ampliação das publicações
de seus objetos de estudo. Como
o Brasil ainda é sub-desenvolvido em muitos aspectos, é normal que
nos falte estudos em muitas áreas. A nona
arte é um setor que amarga
essas deficiências. Podemos contar nos dedos os livros nacionais
publicados explorando o tema.
Lógico que já temos inúmeros estudos e teses acadêmicas, mas
poucos destes foram aprofundados e lançados em forma de livro para o
público em geral. “Quadrinhos
Através da História – As Eras dos Super-Heróis”
é um ótimo exemplo de seriedade no estudo das histórias em
quadrinhos. Possivelmente o inusitado se deve ao fato dos autores
Adriano Marangoni,
Bruno Andreotti
e Mauricio Zanolini
serem respectivamente doutor em História, mestre em Ciências
Sociais e Design; embasamento mais do que suficiente para uma
redação séria e de significância considerável.
Capa do livro fundamental como registro de estudo sério das histórias em quadrinhos |
Fazendo
jus ao título, o conteúdo tem seu foco nas ditas “Eras”
das histórias em quadrinhos de super-heróis. Um tema totalmente
dual porque, se por um lado, o universo dos super-heróis é amplo e
complexo, por outro lado é preso somente nisto, deixando fora completamente os outros estilos de histórias em quadrinhos. Isto é
inclusive exposto explicitamente pelos autores. Então se você curte
histórias em quadrinhos autorais, adultas, humorísticas,
independentes, infantis,
terror,
alternativas ou mangás,
você não irá gostar nem um pouco deste livro. Em contra partida,
se você for fã de super-heróis, provavelmente
terá esta obra como livro de cabeceira. A ampla abordagem das Eras,
também é um tanto limitada, visto que estas foram marcadas, quase
que exclusivamente, pelos super-heróis das duas grandes marcas
produtoras de quadrinhos “DC
Comics”
e “Marvel Comics”,
como bem ilustra a capa do book.
Como destas produtoras surgiram
os super-heróis mais populares que formataram as Eras,
até mesmo outros super-heróis não entram na discussão, com a
exceção da Era
de Ferro,
que tem todo um universo criado
a partir de um grupo de dissidentes da Marvel
Comics. Quadrinhos
brasileiros nem pensar e nem sequer citar. Simplesmente
está fora de questão no estudo.
A
explanação é tipicamente acadêmica formal e, apesar de algumas
insignificantes
falhas na redação (o que é
normal em 99,9% dos livros lançados),
apresenta todo um discurso
chato e
reticente, que poderia muito
bem caber em um impresso de 40 páginas ou menos. Contudo, Adriano,
Bruno e Mauricio, tiveram a sagacidade de engordar o todo com alguns
macetes editoriais. Páginas de grossa gramatura, dezenas de
ilustrações, sendo que várias ocupam páginas inteiras, largas
margens de bordas, no mínimo duas páginas separando cada capítulo,
páginas de prefácio, páginas
de introdução e páginas de interlúdio.
Isso acaba funcionando, pois torna a leitura acessível e um tanto lúdica, mesmo pra
quem gosta de histórias em quadrinhos menos fantasiosas. O
acabamento gráfico caprichado, completa o cativo.
No
interlúdio, um parecer psicológico deixa claro o por que do sucesso
dos super-heróis. Após a
divagação sobre as Eras, ainda há um capítulo onde se explica a
evolução das técnicas de colorização
e o papel usado nas impressões
das
histórias em quadrinhos. Pra
fechar, uma retórica filosófica da moral nas Eras dos super-heróis.
Em
suma, “Quadrinhos Através
da História – As Eras dos Super-Heróis”
pode não ser uma obra perfeita
e é plenamente tendenciosa aos universos juvenis e pops galgados por
DC
e Marvel,
mas é um livro fundamental no tocante ao começo dos estudos sérios
publicados no Brasil sobre a nona arte.
Editora
Criativo; São Paulo; 2017;
112 páginas.
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Voluntário no Outubro Rosa
ATENÇÃO TODAS AS MULHERES
Em obediência fiel a meu caráter filantrópico e humanista, na preocupação única com a saúde feminina e o bem estar de todas vocês, resolvi colaborar com todo o bom senso para a campanha do Outubro Rosa. Minha colaboração está na prestação do serviço voluntário do toque de mama.
Basta retornar a mensagem para agendamento do exame, preferencialmente para os fins de semana, após às 22:00. Pra seu relaxamento absoluto e melhor eficácia do exame, recomenda-se que esteja sozinha em ambiente climatizado e confortável. Ofereço uma garrafa de vinho como aperitivo tranquilizador.
Lembre-se que sua saúde deve estar sempre em primeiro lugar. Juntos podemos prevenir o câncer de mama com muuuuuuita satisfação!
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