Lápiz 6B |
Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.
Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.
sábado, 31 de dezembro de 2016
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Dead Kennedys - Fresh Fruit for Rotting Vegetables (Os Primeiros Anos)
O que faz o
primeiro disco de uma banda iniciante, independente, sem dinheiro, boicotada
pelas rádios, se tornar um dos mais citados como influência por músicos, como
exemplo por críticos e como criativo pela mídia? É este intrigante
questionamento que levou o escritor e jornalista norte americano Alex Ogg a
escrever o livro “Dead Kennedys – Fresh Fruit for Rotting Vegetables (Os
Primeiros Anos)”. Focada exclusivamente na história da banda, durante o período
de produção e lançamento deste disco emblemático, a obra na linguagem
literária, destrincha uma outra obra, sendo que, da linguagem musical.
A fidelidade explícita de Alex Ogg na obra prima dos Dead Kennedys |
Logo de
cara, o livro chama atenção, não apenas por retratar em sua capa a mesma
instigante foto da capa do disco, mas também por ter todo o seu conteúdo
fielmente ilustrado por Russ Bestley que segue a mesma linha ilustrativa da
arte gráfica do disco. Ou seja, colagens de ilustrações, fotos e textos
polêmicos onde se sobrepõe o sarcasmo e a crítica ao conhecido “american way of
life”, padrão estético ditado por fanzines e dirigido brilhantemente por Jello
Biafra que, acabou por desenvolver-se como uma das figuras mais ativistas e
idealistas do underground de São Francisco. No contexto abordado, nada nem
ninguém são poupados. Políticos são os maiores alvos, mas também sobra pra
empresários, religiosos, críticos de arte, cientistas e fundamentalistas. Os
fotógrafos Ruby Ray e Mick McGee facilitam a “viagem no tempo” com fotografias
da época, sendo várias raras e inéditas. Vale lembrar que tudo é obviamente em
preto e branco, mantendo a fidelidade e o clima noir eternizado no discurso.
Os pontos
altos são (evidentemente) os depoimentos de componentes, técnicos, fãs,
jornalistas, músicos e amigos diversos. A junção de tudo enriquece com detalhes
o nascimento e a consagração da obra, sendo que, qualquer dúvida passa a ser
esclarecida e a importância histórica é reafirmada unanimemente. Os pormenores
não dizem respeito apenas ao álbum como um todo, mas sim, a atitude dos
membros, as letras ácidas, a shows e a cada uma das 14 faixas que compõem o
objeto de estudo. Alguns dos nomes mais conhecidos são Kurt Cobain, Billie Joe
Armstrong, David Ellefson, Pete Townshend, Krist Novoselic, Henry Rollins,
Moby, Jeff Hanneman, Dave Grohl, Al Jourgensen, Thom Yorke, Duff McKagan, Bob
Mould e muitos outros.
Dentre as
curiosidades, ressalta-se as capas de todos singles, cartazes e flyers de shows,
histórias em quadrinhos, detalhes da arte gráfica e todos os selos lançados,
seja dos singles ou do próprio vinil em várias versões no mundo.
Destinado a transparecer
a significância incontestável deste disco, Alex Ogg alcança seu objetivo com o
livro “Dead Kennedys – Fresh Fruit for Rotting Vegetables (Os Primeiros Anos)”.
Leitura agradável e reveladora, indispensável para história do rock contemporâneo.
No Brasil:
Edições Ideal; ano: 2014; tradução de Alexandre Saldanha; 227 páginas.
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