Auto biografia artística virtual. Registros de eventos, resenhas, desenhos, crônicas, contos, poesia marginal e histórias vividas. Tudo autoral. Quando não, os créditos serão dados.

Qualquer semelhança com a realidade é verdade mesmo.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Novos Scketches

           Por motivos de agenda do desenhista Marcelo Ribeiro, tive de passar o roteiro de minha nova HQ, que está em fase de produção, para o desenhista Cesar Edgar. Abaixo divulgo os primeiros scketches produzidos para esta história em quadrinho de final surpreendente.




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Entrevista com Clemente Nascimento (Guitarrista/Vocalista das Bandas Inocentes e Plebe Rude)

Não é segredo que sou fã da banda Inocentes. Em meados do ano 2013, eles fizeram o primeiro show na cidade de Manaus, mais precisamente no Hey You Festival. A apresentação foi divina com clássicos preenchendo o set list e ilustrando toda a carreira da banda, para felicidade de quem estava presente. Em meu contato com a banda, levei minha coleção pra ser autografada, comprei discos e deixei presentes para Clemente Nascimento (guitarrista/vocalista que também compõe a Plebe Rude e dispensa maiores apresentações). Provando a fama de pessoa acessível e humilde, Clemente cedeu a entrevista abaixo, exclusiva para o blog Orestes, que posto com muita honra e orgulho.


Orestes: Como você se sente sabendo que já faz parte da história da música, mais precisamente do punk rock brasileiro?
Clemente Nascimento: Cara eu me sinto velho. Rsrsrsrs! Brincadeira. É bacana saber que apesar de não ter ganhado dinheiro, consegui influenciar muita gente e fazer um trabalho consistente que perdure e que realmente faça parte da história.

O.: No documentário “Punks” de 1983, você fez uma breve atuação como um desempregado que é rejeitado por um empresário com cabeça de porco. Existe algum outro projeto futuro para você explorar mais essa vertente?
C.N.: Só um detalhe, aquele empresário com cabeça de porco, era o João Gordo. Hahahaha! Cara, fiz a produção do documentário “Botinada”, dirigido pelo Gastão Moreira, agora estou me preparando para apresentar um novo doc, “A História do Rock Brasileiro”. Vai ser bem bacana.

Orestes (segurando orgulhosamente um LP autografado) com Monika Cardozo
(da banda manauara Os Acossados) e os carismáticos Inocentes.
O.: Sabendo que suas letras influenciam a vida, personalidade e caráter de dezenas de jovens, existe alguma precaução na hora de escrevê-las?
C.N.: Na verdade eu não penso nisso quando escrevo, aliás nunca esperei que minhas músicas chegassem a esse patamar. Na verdade, sempre me preocupo com a poesia e com o assunto a ser tratado. O resultado sobre as pessoas, não entra em pauta quando se está escrevendo.

O.: Visto que o Inocentes já gravou baladas, faixas acústicas, blues e canções que flertam com vários outros estilos musicais, como vocês conseguem manter esse ecletismo sem perder o respeito dos fãs e a identidade no legado?
C.N.: Acho que o importante é sempre passar pelas baladas e faixas acústicas com letras consistentes e canções que se justifiquem. O cara pode até não gostar, mas não consegue falar que é ruim. Rsrsrsrs! Acho que isso é que é realmente importante.

O.: Nesses anos todos, qual a situação mais bizarra que você já viveu em sua carreira?
C.N.: Ah! Várias. Teve uma vez, na década de 80, um show que tinha Erva Doce, Kiss cover, um Desfile de Modas e o Inocentes. Foi a coisa mais bizarra que já vi. Rsrsrs! Ou quando tocamos na Pizzaria Bin Bin, em algum lugar no interior de São Paulo, ou num show no interior do Rio, onde não tinham amplificadores no palco. Tivemos que ligar tudo em linha, o som ficou horripilante. Hahahahaha!

O.: Qual trabalho do Inocentes você tem como a obra prima da banda?
C.N.: Com certeza o Adeus Carne é o que eu mais gosto, mas o novo Sob Controle é um disco muito bom.

O.: Qual seu disco, filme e livro de cabeceira?
C.N.: Caraca! Tudo isso? Um disco só? O primeiro do Stooges, The Stooges. Filme “O Pequeno Grande Homem”. Livro “A Guerra do Fim do Mundo” de Mario Vargas Lhosa. Mas isso é hoje. Amanhã posso falar outro disco, outro filme e outro livro, pois a vida não se resume em um exemplar de cada, né? Rsrsrsrs!

O.: Já tem alguns anos que você segue como front man dos Inocentes e guitarrista da Plebe Rude, além de outros trabalhos, não menos significativos, no ramo artístico. Como você consegue sincronizar sua agenda com composições, shows, ensaios e produções diversas?
C.N.: Não consigo. Hahahahaha! É que infelizmente nenhuma das bandas toma todo o meu tempo e por isso consigo fazer isso. Estou pra lançar o single do Jack & Fancy, meu duo com a Sandra Coutinho das Mercenárias.

O.: Quais as metas futuras para ambas as bandas (Inocentes e Plebe Rude)?
C.N.: Lançar os respectivos discos e cervejas. Tocar e beber. Hahahaha! O do Inocentes se chama Sob Controle e sai agora em janeiro e o da Plebe deve sair em maio.

O.: Deixe seus contatos para shows e um recado para os leitores desse blog.
C.N.: Bem, o Inocentes é com o Cacá Prates, cacaprates@live.com e a Plebe Rude é com a Monika Cavalera http://base2producoes.com.br
Para os leitores do blog, ouçam o novo disco do Inocentes com moderação. É viciante. Rsrsrs! http://www.deezer.com/album/7233704 Abs! 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Porque Não Sou Artista

Um dia desses um conhecido me perguntou porque que eu nego tanto o título de artista, apesar de produzir arte em minhas horas vagas. Esta é uma pergunta que, vez ou outra, estou respondendo e agora torno a resposta pública, com o intuito de minimizar as vezes que terei de me submeter a este desagradável.
Existe um determinado sebo na cidade de Manaus que foi montado por um famoso teatrólogo e ator. Mantenho uma certa amizade com o proprietário, mas é triste que em todo encontro com o tal, há demonstração de arrogância e pré potência de sua parte, até mesmo para seus conhecidos e clientes de seu comércio. O recinto é freqüentado por pessoas que se deixam vitimar dos comentários arrogantes, por vezes humilhantes, numa passividade submissa pelo simples fato do proprietário ser famoso, já ter lançado livros, ser referência nisso e naquilo. Como se qualquer tipo de contestação fosse algo incabível devido ao nome do artista. E aqueles que o enfrentam, são motivos de chacotas pelos admiradores do teatrólogo ator.
Um certo músico de uma banda local underground, promove constantemente eventos góticos com apresentações ao vivo que já alcançaram alguma tradição notívaga. Num desses eventos, fui chamado (eu e minha namorada) pelo DJ contratado, para prestigiarmos os shows. Fomos na tranqüilidade, da garantia dada pelo amigo DJ, que nossos nomes contavam na portaria como convidados. Como o amigo não estava presente por motivos de saúde, acabamos sendo barrados na entrada, por pura ambição deste músico promoter, que deixou claro não haver entrada gratuita para convidados. Até mesmo pessoas que ganharam convites, através de sorteio em webradio, tiveram suas entradas barradas por este cover aidético do Robert Smith. Eu e minha namorada, também estávamos acompanhados de um casal amigo, até tínhamos dinheiro para pagarmos nossas entradas e consumirmos bastante no recinto, mas devido ao inconveniente, optamos por outra programação.
O Clube dos Quadrinheiros de Manaus está sendo dirigido atualmente por um ótimo desenhista que cresceu os olhos, frente ao fato da organização estar com CNPJ e desfrutar de uma inegável fama no cenário artístico. Sendo que este virou um déspota, impondo suas vontades com argumentos inquestionáveis e incompetência visível, inclusive no tratamento com os próprios colegas, que vivem a mercê de seus deboches, comentários machistas e destrato explícito. Neste clima indigno, muitos já se afastaram do Clube, fechando assim o objetivo do ditador que quer manter com ele somente os puxa saco e aqueles que teem parcerias em interesses obscuros (mais detalhes serão delatados num futuro breve).
Uma dita revista independente de poesia e cultura underground, tem um editor chefe e escritor (que se vê como vanguardista, somente por ter seus textos boêmios, cheios de drogas e palavrões. Como se Bukowski não existisse) que por algum tempo me cobrou um escrito para publicação. Como a cobrança foi constante, acabei por satisfazê-lo produzindo um escrito de encomenda para a revista. Por descuido não fiz back up. Passei a encomenda para este editor escritor, com o alerta de que o escrito não poderia sair em partes (ele era um tanto extenso) que por sua natureza, perderia o sentido, caso fosse publicado em separado. Minha surpresa foi colérica em ver que este meu escrito foi publicado somente em sua metade, justamente perdendo seu sentido. O editor escritor se desculpou e me prometeu publicar novamente o texto na íntegra, numa próxima edição. Algo que nunca aconteceu em anos.
Reparem que citei exemplos da área do teatro, da literatura, da arte plástica e da música. Em suma, este é o cenário artístico local. Formado por pessoas mesquinhas, segregacionistas, reacionárias, falsas e que ostentam o rótulo de “artista” usurpando o glamour e todas os privilégios que por ventura possam aproveitar. Por incrível que possa parecer, essa espécie já tomou as classes artísticas, formam suas panelas e dividem seus interesses somente com o que e com quem lhes convêm.
Como posso ter interesse em fazer parte deste meio? Não desejo mudar o mundo enfrentando cada um desses personagens medonhos, que dominam com suas políticas e politicagens. Ao contrário, sinto necessidade de manter-me afastado e muito bem diferenciado da corja.
Espero que ninguém vista a carapuça, pois nesta crônica não me permito revolucionar e nem provocar, apenas só me resta o desabafo e a justificativa de meu nojo assumido para os “artistas” e suas “artes”.